Os brasileiros deixaram tudo de lado nesta quinta-feira (24) para torcer pela Seleção na vitória de 2 a 0 sobre a Sérvia, na estreia na Copa do Mundo do Catar-2022, um triunfo que alimenta a esperança da conquista do hexacampeonato.

A boa vitória do Brasil, com dois gols de Richarlison, foi a cereja no bolo da festa montada na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde milhares de pessoas se aglomeraram em uma ‘fanfest’ para assistir a Neymar e companhia.

Biquínis, camisas de Neymar, tops de lantejoulas e até saltos verdes e amarelos… tudo fazia alusão à Seleção na areia e também entre as pessoas que acompanhavam a partida nos telões pelo bares e quiosques do calcadão.

Com os dois gols dos comandados de Tite, o primeiro aos 17 minutos do segundo tempo, alguns brasileiros como Milton de Souza, de 58 anos, sofreram com a demora para o Brasil balançar as redes.

“Tem que ter paciência, porque Copa é Copa”, disse à AFP este aposentado de Pernambuco, que, de férias no Rio, se mostrava preocupado, apesar da caipirinha na mão.

De Souza, que vestia uma camisa polo verde e amarela e também bebia uma caipirinha, acredita que o Brasil tem “chances” de voltar a ser campeão neste ano, mas não vê o Hexa como uma certeza.

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O primeiro tempo morno deu lugar a uma segunda etapa repleta de alegria e festa em Copacabana, com fogos de artifício e uma felicidade que o gesseiro Benildo Ferreira não conseguiu esconder.

“Estava preocupado, mas o Brasil vai chegar à final e vai ganhar”, afirmou o homem de 51 anos, que vestia uma camisa azul da Seleção.

Em outras cidades do país os brasileiros de todas as idades, famílias e grupos de amigos também lotaram bares para acompanhar a estreia do Brasil.

– “Uma doença” –

Após um longo período de tensão política devido à eleição presidencial de outubro, a “febre” da Copa do Mundo começou prevalecer, disse Giselle de Freitas, uma vendedora ambulante de 41 anos que vendia brincos de lantejoulas, tiaras e outros acessórios verdes e amarelos em Copacabana.

“As pessoas tiveram uma resistência, deixaram para comprar realmente em cima da hora, por conta da questão politica”, explicou.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) incentivou os brasileiros a vestirem “com orgulho” a camisa da Seleção. Nos últimos anos, as cores nacionais ganharam forte identificação com os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O Brasil vai ser campeão porque já faz 20 anos que a gente não ganha um título. A Seleção está boa”, afirmou Lula em um vídeo publicado em suas redes sociais, no qual o petista aparece vestindo uma camisa amarela assistindo ao jogo em casa ao lado da esposa, Rosângela da Silva, a ‘Janja’.

Inglaterra, Espanha e França “podem atrapalhar” a vida do Brasil na Copa, segundo Lula, que, no entanto, se mostrou confiante na vitória.

Enquanto isso, o Centro do Rio virou uma cidade fantasma durante o jogo.

As poucas pessoas presentes tinham as atenções voltadas para o Catar, como Kauã Suarez, um vendedor de cachorro-quente e cerveja de 19 anos que assistiu ao jogo ao lado de três clientes em um celular colocado sobre seu carrinho.


“Eu tinha que trabalhar, então eu dei um jeito de assistir ao jogo”, disse o jovem, que, até o final da Copa, pretende “ver todos os jogos, não importa o horário”.

Osvaldo Alves, um porteiro de hotel, mostrou menos entusiasmo.

“Estou trabalhando, não tenho paciência para ver o jogo”, afirmou o homem de 74 anos, que vestia um uniforme com uma jaqueta vermelha brilhante.

“O país sempre para quando tem jogo. Assistimos futebol e não muda nada para nós. É uma doença do Brasil, o brasileiro é muito fanático por futebol”, concluiu.


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