Brasil marca presença em Cannes com comitiva de produtoras negras em braço empresarial do festival

Brasil marca presença em Cannes com comitiva de produtoras negras em braço empresarial do festival
Foto: Divulgação

Pela primeira vez em 20 anos (a última foi em 2001), o Brasil não terá filmes sendo exibidos em nenhuma das mostras do Festival de Cannes, que acontece até o próximo dia 28, na Riviera Francesa.

Mas nem por isso o país deixa de marcar presença no festival mais prestigiado do mundo do cinema. Ao menos na área destinada ao mercado de filmes, a Marché du Film, o país terá uma participação importante: uma comitiva com sete profissionais negras do mercado do audiovisual brasileiro participará de diversos eventos em Cannes entre os dias 20 e 24 deste mês.

O grupo é formado por cinco produtoras —Cláudia Roberta, Daiane Rosário, Emanuela Barbosa, Flávia Santana e Yolanda Barroso—, além das integrantes do Nicho 54, voltado ao fomento da presença negra no audiovisual, Fernanda Lomba, cofundadora do instituto, e Joelma Gonzaga, coordenadora do Nicho Executiva, um programa de formação em produção executiva da entidade.

A área de mercado de filmes de Cannes é das mais agitadas entre os principais eventos de cinema no mundo. É lá que são negociados os direitos de distribuição e exibição dos principais filmes exibidos no festival, muitos dos quais serão falados ao longo do ano todo e que, não raro, acabam indicados a prêmios importantes como o Oscar.

Segundo a coordenadora do Nicho Executiva, Joelma Gonzaga, a participação das produtoras brasileiras no festival visa a “ampliar a presença de profissionais negras nas lideranças executivas e criativas dos processos audiovisuais” e representa “repensar todo um sistema que vem desde sempre construindo as narrativas e disputando imaginários sem considerar a diversidade e a amplidão de vozes da nossa sociedade”.