Dois meses depois da decepção na Copa do Mundo da Rússia, o Brasil inicia nesta sexta-feira contra os Estados Unidos um novo ciclo com a obsessão de conquistar o ‘Hexa’ no Catar-2022, mas com um teste de fogo antes: a Copa América do ano que vem em casa.

Não há tempo a perder para o Brasil de Neymar, que corre à procura de renovação após o último golpe sofrido.

– ‘Luto’ –

Parecia que desta vez a Seleção tinha apreendido com seus erros. Chegou à Rússia em alta, praticamente imbatível desde que Tite assumiu o comando e decidida a exorcizar de vez o fantasma do ‘7 a 1’ e da Copa do Mundo de 2014.

Mas, quando se deu conta, tudo estava acabado.

Aconteceu muito rápido, nos 31 minutos que a Bélgica precisou para marcar dois gols. Naquela noite em Kazan, o Brasil foi eliminado da Copa nas quartas de final, Tite ficou sem palavras e Neymar ferido.

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“Não queria ver bola na minha frente, não queria ver futebol, porque queria me desconectar um pouco de tudo. Tive momentos de luto, de tristeza, de ficar sozinho. Não queria ver ninguém, mas a tristeza não pode durar para sempre”, havia confessado o craque à AFP semanas depois da eliminação.

Tite pensou parecido. Depois de dar tempo à decepção, o técnico aceito renovar o contrato com a CBF com o objetivo de comandar a Seleção por um ciclo completo.

Mas, para chegar ao Catar, terá que superar um teste de fogo na Copa América, torneio que o Brasil não conquista desde 2007 e no qual voltará ao palcos do desastre de 2014.

“Joguei duas Copas América e sei da dificuldade. Em casa temos que tentar ganhar, porque o Brasil precisa voltar a ser campeão”, afirmou o lateral Filipe Luís, que reconheceu ter tido “pesadelos” nos dias seguintes à eliminação na Rússia.

– Renovação –

Apesar de chegar à Copa com números quase perfeitos, faltou ao time de Tite um algo a mais, e o técnico assumiu a missão de encontrá-lo. Para isso, levou aos Estados Unidos doze jogadores que não estavam na Rússia -seis deles estreantes-, sacrificando pesos pesados como Marcelo, Miranda ou o questionado Gabriel Jesus.

Embora o promissor Pedro, artilheiro do Campeonato Brasileiro pelo Fluminense, precisou ser cortado por lesão, a expectativa está em outros jovens talentos como Lucas Paquetá (Flamengo), Andreas Pereira (Manchester United) ou Arthur.

O jogador do Barça, elogiado recentemente por ninguém menos do que Lionel Messi, já havia sido convocado, mas não pôde estrear com a camisa do Brasil.

Esse fato salvou Arthur dos habituais trotes nos novatos -obrigados a cantar e dançar diante dos companheiros-, orquestrados por veteranos como Neymar e publicados nas redes sociais.

Apesar de seus 26 anos, o atacante do PSG inicia seu terceiro ciclo com uma Seleção em transformação que chega aos Estados Unidos com menos da metade dos jogadores que competiram na Rússia, após as baixas de última hora de Fágner e Renato Augusto.

“Nós, os mais veteranos, temos que passar conhecimento aos novatos. Vamos acolher os meninos para que cheguem da melhor maneira possível e nos ajudem”, afirmou Thiago Silva, que aos 33 anos é o mais velho experiente jogador convocado por Tite.


– Sem medo –

Mais profunda ainda está sendo a renovação nos Estados Unidos. Após o duro golpe que foi não conseguir se classificar à Copa da Rússia, o técnico Dave Sarachan se concentrou na busca por jovens talentos de cara para a Copa Ouro de 2019.

Desde novembro do ano passado, 18 jogadores estrearam com a camisa da seleção americana. Entre eles o atacante do PSG Tim Weah, que não hesitou em brincar com Neymar e Thiago Silva, seus companheiros em Paris, antes de se enfrentarem em Nova Jersey.

“Eu falei para eles: ‘Vamos ganhar porque não temos medo. Não temos medo de nada'”, contou o filho do lendário George Weah ao site da federação americana.

Um resultado positivo seria uma proeza para o futebol do Estados Unidos, que perdeu 17 dos 18 confrontos da história contra o Brasil.

E, para dificultar ainda mais a tarefa, o meia Christian Pulisic, principal jogador da equipe, não jogará devido a uma lesão.

A partida será disputada nesta sexta-feira às 20h30 (horário de Brasília) no MetLife Stadium, em Nova Jersey. No dia 11, o Brasil voltará a campo para enfrentar El Salvador em Washington.

Prováveis escalações:

Estados Unidos: Zackary Steffen – DeAndre Yedlin, Matt Miazga, John Brooks, Eric Lichaj – Weston McKennie, Kellyn Acosta, Paul Arriola, Julian Green – Bobby Wood e Gyasi Zardes. Técnico: Dave Sarachan.

Brasil: Alisson – Fabinho, Marquinhos, Thiago Silva, Filipe Luís – Casemiro, Fred, Philippe Coutinho – Douglas Costa, Neymar e Roberto Firmino. Técnico: Tite.

bur-rs/am


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