Brasil inaugura fábrica de mosquitos para combater dengue

SÃO PAULO, 21 JUL (ANSA) – Curitiba, capital do Paraná, inaugurou no último sábado (19) a maior biofábrica de wolbachia do mundo, que poderá beneficiar 140 milhões de pessoas em cerca de 40 municípios brasileiros com as maiores incidências de dengue, zika e chikungunya nos últimos anos.   

A tecnologia, já adotada em 14 países, consiste na produção de mosquitos infectados com wolbachia, bactéria que bloqueia o desenvolvimento dos vírus das doenças dentro do mosquito Aedes aegypti.   

A nova unidade terá capacidade para produzir 100 milhões de ovos do inseto por semana. O alcance, que antes era de cerca de 5 milhões de pessoas, saltará para 140 milhões em aproximadamente 40 municípios com as maiores incidências das enfermidades citadas nos últimos anos.   

“Não existe nenhum lugar no mundo que produz a quantidade de mosquitos que nós passaremos a produzir aqui no Brasil com essa tecnologia inovadora, que já testamos em várias cidades do nosso país. Isso coloca o Brasil na linha de frente dessa tecnologia para o mundo”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.   

O método está em uso no país há mais de dez anos, mas desde 2023, teve seu uso ampliado pelo Ministério da Saúde em áreas prioritárias, apresentando resultados positivos, segundo nota do governo federal, que citou Niterói (RJ), como um dos principais exemplos, onde os casos de dengue caíram 69%.   

A wolbachia é uma bactéria presente em 60% dos insetos, que quando injetada no mosquito Aedes aegypti, impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e outras arboviroses, reduzindo a transmissão dessas doenças. (ANSA).