O Brasil encerra sua turnê na Ásia nesta terça-feira contra o Japão, rival do qual nunca perdeu. Depois de golear a Coreia do Sul em Seul, por 5 a 0, a seleção brasileira duela com os japoneses em Tóquio sem preocupação, leve e disposta a manter o padrão de “jogo bonito” apresentado diante do sul-coreanos. A bola rola no Ajinomoto Stadium às 7h30 (de Brasília).
Esperam espetáculo os torcedores, mas o plano é manter a seleção equilibrada, lembrou Carlo Ancelotti. Primeiro, logo que chegou, o italiano tornou mais segura a defesa, tanto que, em cinco jogos, o Brasil levou apenas um gol, da Bolívia, na única derrota da equipe nacional sob seu comando – 1 a 0 na altitude de El Alto.
“A seleção brasileira quer jogar um futebol bonito, e eu creio que pode jogar um futebol bonito, sim. Mas é preciso ter em conta o que se entende por um futebol bonito”, ponderou o comandante, antes de explicar sua concepção de futebol vistoso. “O futebol bonito é, obviamente, a qualidade individual que todo jogador do Brasil tem. Mas o compromisso coletivo também é jogo bonito. Jogo bonito não é só com bola. Jogo bonito também é sem a bola, porque é um aspecto muito importante do jogo.”
O meio de campo com Casemiro e Bruno Guimarães, praticamente intocáveis com o treinador, garante combatividade e a qualidade no passe que queria o técnico e tem ajudado a funcionar o ataque, o setor mais talentoso da seleção. Foram os atacantes os responsáveis por todos os cinco gols na goleada sobre os sul-coreanos. Dois foram de Estêvão, dois de Rodrygo e um de Vinicius Junior.
Passado o amistoso com o Japão, o Brasil voltará a campo em novembro, para a última Data Fifa de 2025. Os adversários serão Senegal, em Londres, e Tunísia, em Paris. Depois, só jogará de novo em 2026, antes da convocação final para a Copa do Mundo.
A ideia até novembro é seguir com as experiências para ter, em março, a lista definida – ou ao menos encaminhada – dos 26 que disputarão o Mundial no Canadá, Estados Unidos e México e que serão anunciados em maio. Por isso, poucos que foram titulares contra a Coreia vão começar o duelo com os japoneses. É provável que apenas Bruno Guimarães, Casemiro e Vini Junior apareçam de novo entre os 11 iniciais.
“É um momento em que podemos experimentar algumas coisas, dar mais oportunidades a outros jogadores”, reiterou o técnico. “Temos que manejar essas duas coisas. Um time que pouco a pouco vai estar mais definido com outros jogares que queremos ver como incorpora no jogo.”
Até os goleiros têm sido testados. Ancelotti havia adiantado que Hugo Souza seria titular. E a chance do goleiro do Corinthians chegará nesta terça. “Não é só um amistoso. Para mim, particularmente, é a realização de um sonho da minha família, do meu pai e de todo mundo que me acompanhou desde sempre”, definiu o goleiro.
Com exceção dos países que sediarão a competição, o Japão foi a primeira seleção a garantir vaga na Copa do Mundo de 2026. A previsão é de que o estádio esteja lotado na capital japonesa, tomada por fãs de jogadores brasileiros, que provocaram frisson no país. São muitos os japoneses vestindo camisas verde e amarelas atrás de um autógrafo e uma foto Vini Jr, Richarlison, Rodrygo, entre outros.
“Não sei quais serão as cores do estádio nesta terça-feira. Mas se for predominantemente amarelo, não acho que será fácil vencer”, reconheceu Hajime Moriyasu, técnico da seleção japonesa. “O povo japonês respeita o país adversário. Mas se houver uma atmosfera de “isso é Japão” as chances de vitória aumentarão.”
O destaque japonês é o atacante Ayase Ueda, de 27 anos. Foi artilheiro da seleção japonesa nas Eliminatórias Asiáticas, com oito gols em nove partidas, e saiu do banco para marcar o gol do empate com o Paraguai por 2 a 2 no amistoso da última sexta-feira.
FICHA TÉCNICA
JAPÃO X BRASIL
JAPÃO – Zion Suzuki; Seko, Watanabe e Junnosuke Suzuki; Ito, Sano, Tanaka e Nakamura; Minamino, Doan e Ogawa. Técnico: Hajime Moriyasu.
BRASIL – Hugo Souza; Paulo Henrique, Fabrício Bruno, Lucas Beraldo e Carlos Augusto; Casemiro, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Luiz Henrique, Vini Júnior e Gabriel Martinelli. Técnico: Carlo Ancelotti.
ÁRBITRO – Kim Jong Hyeok (Coreia do Sul).
HORÁRIO – 7h30 (de Brasília).
LOCAL – Ajinomoto Stadium, em Tóquio, Japão.