Um americano líder de uma seita religiosa, acusado de cometer 59 crimes sexuais contra meninas de seu país “em nome de Cristo”, foi extraditado para enfrentar a justiça dos EUA, informou nesta quarta-feira a promotoria do Brasil, onde estava preso.

Após fugir da justiça americana, Victor Arden Barnard foi capturado em março de 2015 em Pipa, uma praia turística no Rio Grande do Norte. Desde então permaneceu preso até sua extradição na sexta-feira passada, detalhou a promotoria em um comunicado.

Fundador da seita River Road Fellowship no estado de Minnesota, Barnard era acusado de cometer abusos contra menores de idade entre 2001 e 2009 em um acampamento de férias organizado pelo autoproclamado pastor, onde participavam jovens entre 12 e 24 anos.

Duas das participantes relataram ter sofrido abusos em diversas ocasiões até que abandonaram definitivamente o acampamento em 2009.

“Segundo relatos recolhidos na investigação, Barnard se dizia um representante de Jesus Cristo e pregava que era a vontade de Deus que as mulheres mantivessem relações sexuais com ele”, afirma um documento do Supremo Tribunal Federal brasileiro.

Barnard foi acusado formalmente de crimes de violação e agressão física em 2014.

US Marshals, uma agência da polícia federal americana, chegou a incluí-lo em sua lista dos “15 fugitivos mais buscados” e a oferecer uma recompensa de 25.000 dólares por informações que levassem a sua prisão, que ocorreu no Brasil um ano depois que o declararam fugitivo.

“As vítimas em Minnesota poderão ver o suposto criminoso no banco dos réus enquanto é julgado”, afirmou o chefe da área internacional da promotoria brasileira, Vladimir Aras, após o anúncio da extradição.

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