Brasil exige R$ 1,2 bilhão da Bolívia por tragédia da Chapecoense, diz mídia

CHAPECÓ, 11 DEZ (ANSA) – A Justiça brasileira deu início a novos processos judiciais destinados a obter informações e apurar as responsabilidades de autoridades bolivianas pela tragédia do voo 2933 da LaMia, que deixou 71 mortos em novembro de 2016, informou o jornal local “El Deber” na última quarta-feira (10).   

O avião, que levava a delegação da Chapecoense para Medellín, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana, caiu na Colômbia e provocou um dos momentos mais tristes da história do futebol brasileiro. Apenas seis passageiros sobreviveram ao acidente.   

A ação civil, movida no Brasil, cobra mais de US$ 220 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) em indenizações e envolve diretamente a empresa pública de aviação Naabol e outros órgãos estatais da Bolívia.   

Segundo a publicação, a intimação formal emitida pelo Tribunal Federal de Chapecó já foi recebida pela Naabol, que encaminhou o documento à Procuradoria-Geral do Estado.   

Na ação, o Brasil atribui responsabilidade a diversas instituições bolivianas, entre elas a Naabol e a Direção-Geral de Aeronáutica Civil, por falhas relacionadas ao voo que transportava a equipe da Chapecoense.   

O advogado das vítimas, Néstor Higa, destacou que o processo configura um “procedimento entre Estados”, o que obriga a Bolívia a entregar todos os documentos referentes à investigação do acidente ocorrido na Colômbia.   

Após reunir-se com Miriam Flores, ex-administradora da LaMia, Higa reiterou que, mesmo após nove anos, seguradoras não concluíram o pagamento das indenizações, embora a aeronave possuísse duas apólices de seguro e cobertura adicional no Reino Unido. Muitas famílias seguem sem receber qualquer compensação financeira.   

A investigação oficial apontou que a falta de combustível foi a principal causa do acidente, que devastou o clube catarinense e comoveu o mundo esportivo. (ANSA).