ROMA, 7 DEZ (ANSA) – O resultado das eleições parlamentares da Venezuela, realizadas no último domingo (6) e que garantiu o poder da Assembleia Nacional ao presidente Nicolás Maduro, não foi reconhecido pela União Europeia, Estados Unidos, Brasil e mais um grupo de 15 países da América.   

Nesta segunda-feira (7), os governos do Brasil e de outros 15 países, originalmente organizados no chamado Grupo de Lima, informaram que o pleito não teve garantia “de liberdade, segurança e transparência” e aconteceu “sem integridade dos votos, participação de todas as forças políticas ou observação internacional”.   

O documento foi assinado por Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia.   

“Exortamos a comunidade internacional a se unir na rejeição a essas eleições fraudulentas e a apoiar os esforços para a recuperação da democracia, do respeito pelos direitos humanos e do Estado de Direito na Venezuela”, acrescenta o texto.   

Já a União Europeia (UE) também rejeitou a votação, que não foi livre e justa, e pediu para Maduro traçar um caminho para garantir uma reconciliação nacional.   

“Os chanceleres da UE concordaram unanimemente que as eleições venezuelanas de 6 de dezembro de 2020 para a Assembleia Nacional não cumpriram os padrões internacionais mínimos para um processo credível de mobilização do povo venezuelano para participar”, afirmou o alto representante da UE, Josep Borrell, em Bruxelas.   

Segundo Borrell, a Venezuela necessita urgentemente de uma solução política para superar o impasse e permitir com urgência a prestação da assistência humanitária necessária à sua população”.   

“A falta de respeito pelo pluralismo político e a desqualificação dos dirigentes da oposição não permitem à UE reconhecer este processo eleitoral como credível, inclusivo ou transparente”, acrescentou o representante do bloco.   

Pouco tempo depois, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou que o governo americano continuarão reconhecendo o líder da oposição Juan Guaidó como presidente da Venezuela.   

Mais cedo, o chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, disse que o resultado da eleição no país vizinho foi uma “farsa eleitoral”.   

“O Brasil continuará trabalhando, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela. Defenderemos a segurança, a dignidade humana e a liberdade na América Latina e em todo o mundo”, ressaltou.   

Moscou, por sua vez, publicou um comunicado no qual diz que “nenhuma violação grave foi observada durante as eleições parlamentares”. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, “observadores internacionais, incluindo russos, elogiaram os esforços das autoridades venezuelanas em organizar a votação segundo os mais altos padrões de transparência, democracia e segurança sanitária e epidemiológica”.   

“Não foram detectadas violações graves”, concluiu a porta-voz russa, Maria Zakharova. (ANSA)