Brasil enfrentará desafios fiscais em 2022 apesar de consolidação do ano passado, diz Fitch

Brasil enfrentará desafios fiscais em 2022 apesar de consolidação do ano passado, diz Fitch

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil enfrentará dificuldades fiscais ao longo deste ano apesar da consolidação vista em 2021, disse nesta segunda-feira a agência de classificação de risco Fitch Ratings.

Em nota, a Fitch afirmou que um crescimento mais fraco, deterioração esperada no saldo primário e juros mais altos impedirão uma repetição do desempenho positivo observado em 2021, quando o setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de 64,727 bilhões de reais, o primeiro em oito anos, segundo dados do Banco Central.

De acordo com a agência, “os mais recentes dados fiscais do Brasil confirmam nossa visão de que 2021 seria um ano de rápida consolidação” após o impacto da pandemia de Covid-19, e, em algumas métricas, vieram melhores que as expectativas da Fitch.

A dívida bruta do país, por exemplo, encerrou o ano passado em 80,3% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a agência de classificação de riscos esperava taxa de 80,9%. No fim de 2020, a dívida estava em 88,6% do PIB.

Segundo a Fitch, os resultados das receitas do setor público “podem ter se beneficiado de algumas mudanças estruturais impulsionadas pela pandemia, incluindo maior formalização, digitalização e outras reorganizações empresariais”.

Além disso, fatores isolados –como pré-pagamentos do BNDES ao Tesouro– também ajudaram a reduzir a relação dívida/PIB, afirmou a Fitch.

Em meados de dezembro passado, a Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito soberano do Brasil em moeda estrangeira em “BB-“, com perspectiva negativa, que reflete riscos negativos à economia, às finanças públicas e à trajetória da dívida.

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