O Brasil dará sequência nesta sexta-feira ao objetivo de voltar a disputar uma final no Maracanã, desta vez com Neymar, enfrentando nas quartas de final da Copa América o sempre perigoso Chile, enquanto Peru e Paraguai medem forças em um duelo sem um favorito claro.

Em 2019, quando a Seleção ergueu a taça da Copa América no Maracanã, Neymar estava machucado.

É este sabor de conquista que o Brasil quer provar novamente, mas para isso terá que chegar à final, marcada para 10 de julho. E, se tudo der certo, desta vez terá Neymar em campo.

O Brasil iniciou a fase de grupos da Copa América de maneira arrasadora: estreou com vitória por 3 a 0 sobre a Venezuela, antes de golear por 4 a 0 o Peru. Parecia que nada poderia impedir os comandados de Tite de somar um segundo título seguido no Maracanã.

Mas, diante da Colômbia, precisou dos acréscimos para vencer de virada (2-1) e, na última partida da fase de grupos, com Neymar poupado, se contentou com um empate em 1 a 1 com o Equador, que mostrou que sem seu principal jogador o Brasil sofre com uma clara falta de imaginação ofensiva.

– De imbatível a falível –

Em poucos dias, o Brasil passou de imbatível a falível, embora ninguém se atreva a dizer que a Seleção não é mais a melhor equipe da América do Sul, como vem mostrando no torneio continental e nas eliminatórias para a Copa do Mundo, nas quais venceu os seis jogos que disputou.

Mas, se o Chile aproveitar os 8 dias de folga que teve desde seu último jogo recuperando alguns de seus principais jogadores lesionados, como Arturo Vidal e Gary Medel, poderá complicar a vida de Neymar e companhia.

Quem também deve reaparecer em campo é a maior das estrelas chilenas, o atacante Alexis Sánchez. O técnico do Chile, Martín Lasarte, já afirmou que espera contar com o jogador da Inter de Milão contra o Brasil.

A Seleção, porém, não parece muito preocupada com quem estará jogando do outro lado do campo no estádio olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro.

“Eu espero que ele possa estar em campo, gostamos de enfrentar os grandes jogadores, as referências”, declarou na terça-feira o zagueiro Thiago Silva.

Lasarte admitiu que o Brasil é o grande favorito, mas alertou que, no futebol, nada é decidido na véspera da partida.

“O Brasil é uma grande equipe, é o grande favorito de todos, mas no futebol a vitória não é uma certeza até que ela acontece”, afirmou o treinador durante a coletiva de imprensa pré-jogo.

O confronto no Nilton Santos será entre os ganhadores das três últimas edições da Copa América: o Brasil venceu a mais recente em casa há dois anos, enquanto o Chile ergueu a taça as duas anteriores, em 2015 e 2016, com duas vitórias sobre a Argentina de Messi nas finais.

– Disputa entre iguais –

Assim como o Uruguai vai tentando perder gradativamente a fama de um time somente raçudo, o Paraguai não quer ser reconhecido apenas por ser um time fisicamente forte que aposta no jogo aéreo. Em parte, o técnico da seleção paraguaia, o argentino Eduardo Berizzo, discípulo de Marcelo Bielsa, está mudando essa visão, e o Peru de seu compatriota Ricardo Gareca pode ser uma prova de fogo exigente.

Berizzo deu lugar na equipe a jogadores mais talentosos como Angel Romero e Miguel Almirón, que possivelmente não jogará por lesão, para tentar voltar a ser um dos grandes do continente, um status que perdeu na última década, na qual ficou de fora das duas últimas Copa do Mundo.

O Paraguai, porém, foi regredindo na fase de grupos da Copa América, enquanto seu adversário, o Peru, fez o contrário, se recuperando do tropeço na estreia com vitórias sobre Colômbia (2-1) e Venezuela (1-0) e um empate com o Equador (2-2), garantindo o segundo lugar do grupo B, atrás do Brasil.

“É uma partida muito intensa, com a seleção paraguaia sempre foram jogos muito disputados, difíceis”, analisou Gareca, que levou o Peru à Copa do Mundo da Rússia-2018 e à final da Copa América-2019, vencida pelo Brasil.

Não há favorito no duelo Peru-Paraguai. O duelo desta sexta-feira será uma disputa entre iguais, dessas partidas em que é arriscado tentar palpitar.

As quartas de final da Copa América serão concluídas neste sábado com os duelos Argentina-Equador, em Goiânia, e Uruguai-Colômbia, em Brasília.

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