Que dias, meus caros, que dias! Mal saímos (saímos?) de uma pandemia inédita em mais de cem anos, e caímos em uma guerra que ameaça arruinar a economia mundial e atirar dezenas, senão centenas, de milhões de seres humanos na fome e na miséria.

Atônitos, assistimos à tal varíola dos macacos percorrer continentes na velocidade de um Fórmula 1. E à maior democracia do mundo ser atacada (por dentro) por um ex-presidente lunático, que incentivou a invasão do maior símbolo americano: o Capitólio.

O mundo está tão de ‘pernas para o alto’ que até o Atlético Mineiro, meu Galão da Massa, finalmente superou os ‘homens de preto’ (hoje, de amarelo), a CBF e o Sobrenatural de Almeida, e conquistou o tão sonhado e mais do que merecido bicampeonato brasileiro.

Enquanto as bolsas de valores do mundo inteiro derretem, os multibilionários, que perderam bilhões de dólares, lançam protótipos de naves espaciais que nos levarão ‘aonde nenhum homem jamais esteve’ (eita, Spock véi de guerra… wish you were here!!).

Em Banânia, esse pedaço monumental de terra esquecido por meu Deus, as coisas vão de mal a pior – o que não é nenhuma novidade, eu sei. Porém, às vezes, parece que esse pior piorou, e que os portões de todos os infernos de Dante se abriram simultaneamente.

Em menos de um mês, ou pouco mais, a Polícia Rodoviária do Sergipe assassinou um homem com problemas mentais, usando a própria viatura como câmara de gás, e um ministro-pastor foi preso, acusado de corrupção no Ministério da Educação. Mas não só!

O principal executivo do maior banco estatal do País caiu sob suspeita de assédio sexual contra mais de dez funcionárias; duas bombas caseiras explodiram em atos políticos do PT e um homem foi assassinado por um bolsonarista em sua própria festa de aniversário.

Acabou? Que nada. Aqui é Brasil, porra! Um selvagem travestido de anestesista estuprou uma parturiente sedada em plena sala de cirurgia. E o filho do presidente Bolsonaro, Dudu Bananinha, comemorou o aniversário com um bolo decorado com uma pistola calibre 38.

Sim, essa gente grotesca comemora a data de nascimento celebrando uma arma, símbolo de guerra, matança e morte. Em nome de Jesus, é claro. E ainda levam a filhinha (de um aninho, meu Deus do céu!!) para soprar a velinha, fincada sobre o trabuco de glacê.

Na boa, se é o fim dos tempos ou não, eu não sei. Mas sei que, se o personagem de Jô Soares – do inesquecível ‘Viva o Gordo’ – acordasse do coma nestes dias, certamente berraria desesperado: ‘me tira o tubo, me tira o tubo’. Seja feita a vossa vontade, pois.

Ah! Esqueci da juíza que não permitiu o aborto de uma criança de 11 anos, que foi estuprada e engravidou. Peço desculpas, mas sabem como é, né? Em Banânia, um dia dura bem menos do que 24 horas, e o escândalo de hoje já ficou velho amanhã.