O vice-presidente Geraldo Alckmin disse que o Brasil tem um povo miscigenado e, por isso, as “mulheres são tão bonitas”. A declaração ocorreu durante a conferência anual do Santander, em São Paulo, nesta terça-feira, 19.
A fala do vice-presidente Geraldo Alckmin rendeu comparações com comentários supostamente sexistas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como quando, em março de 2025, destacou a beleza da ministra Gleisi Hoffmann ao nomeá-la para as Relações Institucionais.
No evento, o vice-presidente destacou a importância de atrair investimentos externos e defendeu a continuidade da agenda econômica do governo no Congresso Nacional. Ele enfatizou que, após a aprovação da reforma tributária, as discussões sobre a reforma administrativa devem avançar com maior prioridade.
“Temos um problema com a carga tributária elevada, que representa 33% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto na China é 22%, Índia 20% e México 17%”, acrescentou.
Para o vice-presidente, a reforma administrativa “pode ajudar a reduzir custos, melhorar a eficiência, desburocratizar, simplificar e estabelecer regras para altos salários. Temos que ter uma cultura contra privilégios e desperdício”.
Questionado sobre a agenda econômica, Alckmin voltou a destacar a reforma tributária e afirmou que a aprovação ocorreu no momento certo. “Se ela não tivesse passado no primeiro ano [do governo Lula], não passaria mais”, opinou
Para Alckmin, ainda é preciso “concluir a reforma tributária” com legislação complementar e a regulamentação de diversos pontos do texto do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) que ficaram pendentes.
Tarifaço
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reiterou que os esforços da negociação para com os Estados Unidos, no momento atual, são pelo aumento da lista de exceção de itens no âmbito do tarifaço.
“Qual o nosso trabalho? Nós estamos fazendo isso permanentemente: aumentar a exclusão. Mais produtos saírem da tarifa, e também reduzir essa alíquota [de 50%]. Não tem sentido se nós temos 2,7 % de média de tarifa de importação, ter 50% para entrar nos Estados Unidos”, disse Geraldo Alckmin.
Segundo Alckmin, pelos parâmetros atuais impostos pelos Estados Unidos, o tarifaço atingirá cerca de 4% do total das exportações brasileiras.
Segundo o vice-presidente, há ‘muita complementariedade econômica’ entre os dois países e a relação bilateral deve ser fortalecida – assim, as negociações devem avançar em um futuro breve.
“Só a China compra mais do que os Estados Unidos hoje, mas ainda assim os Estados Unidos compram muito produto de valor agregado, produto industrial, que para nós é extremamente importante. Eu estive com o secretário de comércio, o Howard Lutnick, e falei ‘olha, o Brasil é um bom parceiro, porque há 15 anos os EUA tem superávit comercial com o Brasil’. Os EUA tem um déficit enorme, de US$ 1,2 trilhão. Do G20, só com três países os EUA tem superávit: Brasil, Reino unido e Austrália”, disse Alckmin.
“Se pegar o aço, nós somos o terceiro comprador do carvão siderúrgico americano. Fazemos o aço semiplano e exportamos para os Estados Unidos, para fazer o carro, fazer o avião, fazer o a máquina. É uma complementariedade, uma integração econômica importante. Então, a primeira tarefa é: negociação. Nós acreditamos que é possível”, complementou, sobre o futuro do tarifaço.
Atualmente está em vigor uma tarifa adicional de 40%, que se soma a de 10% imposta inicialmente, criando uma alíquota efetiva de 50% para diversos produtos. Todavia, Donald Trump abriu uma série de exceções ao formalizar o aumento da tarifa.
Você pode conferir a lista completa de exceções das tarifas ao Brasil no documento oficial publicado pela Casa Branca.