Não é sem motivos que crescem no Brasil as reivindicações para que se aumente a participação feminina no setor público – e, sobretudo, em funções de liderança.

Dados que acabam de ser compilados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) dão conta de que somos o País que possui menos mulheres em tais cargos, isso comparado com a América Latina e o Caribe.

Em 12 campos diversos da administração pública brasileira, não mais que 18,6% das posições de liderança são ocupadas por mulheres.

Os cargos públicos listados pelo BID em sua pesquisa são, dentre outros: ministro, secretários especiais e adjuntos. Mesmo se traduzindo em mais de 50% da ocupação em trabalho, quando o quesito é cargo de liderança a participação feminina não passa de 41,4%.

Lula não deve estranhar, portanto, a pressão que vem recebendo para nomear mulheres em sua equipe ministerial.

Elas, as mulheres, sabem por qual razão o pressionam, sabem da carência de isonomia de gênero que persiste da administração pública.

“Houve progressos”, diz a cientista política argentina, Mariana Chudnovsky, uma das especialistas dentre as autoras da pesquisa. “Mas a representação segue em postos feminizados ligados ao papel da mulher na sociedade”.