BRASÍLIA, 1 AGO (ANSA) – Em mais um capítulo da aproximação entre Brasil e Estados Unidos, o ministro da Economia Paulo Guedes anunciou que foram iniciadas formalmente negociações para um acordo de livre-comércio entre os dois países.

A informação foi divulgada na quarta-feira (31), logo após uma reunião com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, que está em visita oficial ao Brasil e foi recebido também pelo presidente Jair Bolsonaro.

O encontro coincidiu com uma declaração do presidente Donald Trump, na terça-feira, de que iria “trabalhar por um acordo com o Brasil”. O republicano também chegou a tecer elogios ao mandatário brasileiro. “Estamos oficialmente começando as negociações com os Estados Unidos”, disse Guedes. “O Brasil está procurando se integrar à economia mundial. Ficamos décadas fora de grandes acordos”, afirmou. Bolsonaro, Guedes e Ross discutiram temas como os compromissos já assumidos pelos EUA de compra de 750 mil toneladas por ano de trigo sem tarifas e a renovação de uma cota de 600 mil toneladas para etanol.

Nenhum acordo, porém, foi fechado na reunião em Brasília. E uma declaração de Ross despertou preocupação no mercado.

O secretário norte-americano comentou que o sucesso do acordo de livre comércio com o Brasil dependeria de outro acordo, o da União Europeia (EU) com o Mercosul. “É importante que não haja nada nesse acordo que seja contraditório a um acordo de livre comércio com os Estados Unidos”, disse Ross, em um evento em São Paulo, na terça-feira (30).

As negociações para um acordo de livre comércio com os EUA vem na esteira de outras aproximações entre Brasília e Washington.

Ontem, o governo Trump oficializou o Brasil como um aliado militar extra-OTAN. E o presidente Bolsonaro tenta aprovar a nomeação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, como embaixador nos EUA. “Depois do elogio de Trump na terça-feira, estou cada vez mais apaixonado por ele”, disse Bolsonaro. (ANSA)