Poderia ter sido a final dos sonhos, mas o destino quis que Brasil e Argentina medissem forças nas semifinais pela primeira vez na história da Copa América, em um duelo de gigantes sul-americanos.

O palco do combate será o Mineirão, onde o Brasil sofreu sua maior derrota, o 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo de 2014. Mas foi lá também que a Seleção venceu por 3 a 0 a Argentina nas eliminatórias para a Copa da Rússia-2018.

o Brasil nunca perdeu uma Copa América como anfitrião e a torcida exige que esta estatística seja mantida. Já a Argentina, que não vence o torneio desde 1993, terá a oportunidade de ferir o eterno rival, mas precisará que Lionel Messi mostre seu futebol.

1. Um pouco de história

Em 105 anos de rivalidade, o Brasil teve Pelé e a Argentina contou com Maradona. As duas superpotências continentais já se enfrentaram 110 vezes, embora cinco destes jogos não sejam reconhecidos pela Fifa.

O retrospecto não poderia ser mais equilibrado, com 42 vitórias para cada lado e 26 empates. A Argentina anotou 176 gols, o Brasil 171.

De acordo com a Fifa, seriam na verdade 105 clássicos, com 41 vitórias brasileiras e 38 argentinas, além de 26 empates.

A Argentina soma 14 troféus continentais, contra 8 do Brasil.

2. Favoritismo

“É difícil dizer quem é favorito quando se joga um Brasil e Argentina, eles são os anfitriões, que têm que se provar para sua torcida, que têm um projeto mais longo, são jogadores que vêm com o mesmo técnico, a mesma ideia, mas é uma partida equilibrada”, analisou Messi.

O Brasil chega às semifinais sem ter sofrido um gol sequer em quatro jogos, mas, apesar da goleada por 5 a 0 sobre o Peru na última partida da fase de grupos, tem sofrido para balançar as redes adversárias. Nas quartas de final, não conseguiu superar o bloqueio defensivo do Paraguai e só alcançou a vaga nos pênaltis (4-3).

Já a Argentina começou tropeçando na Copa América, perdendo por 2 a 0 para a Colômbia e empatando em 1 a 1 com o Paraguai. Em seguida, ressuscitou na competição com uma vitória por 2 a 0 sobre o Catar e venceu a Venezuela pelo mesmo placar nas quartas.

3. Casemiro de volta

Sem Neymar, fora por lesão, o Brasil viu surgir Everton ‘Cebolinha’, atacante do Grêmio, que se tornou o xodó da torcida e a principal arma ofensiva da equipe de Tite, jogando no ataque ao lado de Firmino e Gabriel Jesus.

Casemiro voltará ao meio de campo da Seleção após cumprir suspensão e a única dúvida na equipe é o lateral-esquerdo Filipe Luís, que se queixa de dores na perna e poderia ser substituído por Alex Sandro.

Richarlison já se recuperou da caxumba que o tirou do duelo contra o Paraguai e estará à disposição para o confronto com os argentinos.

4. Messi sumido

E se o Brasil sente a falta de Neymar, na Argentina o craque Lionel Messi ainda não deu as caras nos campos brasileiros.

O próprio jogador culpou em parte o estado ruim dos gramados por suas atuações apagadas, mas admitiu que não está em suas melhores condições.

“A verdade é que não estou fazendo minha melhor Copa América, mas são jogos que acontecem assim”, lamentou recentemente Messi.

Em sua ‘ausência’, quem vem assumindo a responsabilidade é o jovem atacante Lautaro Martínez, da Inter de Milão.

“Estamos mostrando que em cada jogo damos tudo de nós”, declarou Lautaro. Mas ninguém subestima Messi.

“É claro que todo cuidado é pouco para uma equipe com o melhor jogador do mundo”, reconhece o zagueiro Thiago Silva.

Quem também terá grande desafio neste confronto de semifinal é o técnico da Argentina, Lionel Scaloni, que sabe que uma vitória sobre o Brasil significaria um ‘upgrade’ no raso currículo.

“Acho que vai ser um jogo bonito, queremos criar dificuldades e ganhar”, afirmou o treinador.

Até agora, Scaloni optou por deixar Paulo Dybala como peça de reposição no banco de reservas. Talvez poderia surpreender contra o Brasil.

5. Ao ataque

Nesta terça-feira, quando o árbitro equatoriano Roddy Zambrano apitar o início da partida às 21h30 do horário de Brasília, o Brasil espera uma Argentina ofensiva, num torneio em que as retrancas vêm estragando o espetáculo, com direito a três jogos sem gol nas quartas de final.

“Não acredito que a Argentina venha para se defender, porque tem jogadores de qualidade, que atacam muito, acredito que vão partir para cima”, declarou Gabriel Jesus.

Prováveis escalações:

Brasil: Alisson – Dani Alves, Marquinhos, Thiago Silva, Filipe Luis (ou Alex Sandro) – Arthur, Philippe Coutinho, Casemiro – Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Everton. T: Tite.

Argentina: Franco Armani – Juan Foyth, German Pezzela, Nicolás Otamendi, Nicolás Tagliafico – Rodrigo De Paul, Leandro Paredes, Marcos Acuña – Lionel Messi – Sergio Agüero, Lautaro Martínez. T: Lionel Scaloni.

Árbitro: Roddy Zambrano (EQU)

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