Brasil e aliados deixam Estados Unidos de fora de reunião sobre democracia em NY

Donald Trump, presidente dos EUA
Donald Trump Foto: REUTERS/Brian Snyder

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump não foi convidado para a segunda edição do encontro “Em Defesa da Democracia — Lutando contra o Extremismo”, que acontece na quarta-feira (24) à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Os organizadores neste ano são Brasil, Chile e Espanha.

Um funcionário do governo brasileiro afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que apenas países democráticos são convidados para o encontro. Segundo ele, não existem condições para a participação de um país que teve uma virada extremista e cujo governo está questionando a democracia e as eleições brasileiras.

A IstoÉ questionou o governo federal sobre a decisão de não convidar os Estados Unidos. O texto será atualizado quando houver resposta.

A agenda do presidente Lula durante o evento da ONU permanece restrita. Apesar de ter recebido cerca de 30 pedidos de encontro com líderes e um número similar de personalidades públicas, a previsão é que ele realize menos de 10 reuniões bilaterais.

Estados Unidos foi chamado para o encontro em 2024

É a segunda vez que Brasil e Espanha organizam o evento “Em Defesa da Democracia”. Na primeira edição, durante a Assembleia Geral da ONU em setembro de 2024, o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi chamado, mas enviou um representante de menor estatura política, o vice-secretário de Estado, Kurt Campbell. Na época, Kamala Harris enfrentava a campanha eleitoral contra Donald Trump.

A cúpula deste ano tem um terceiro país patrocinador, o Chile, representado por Gabriel Boric. Pelo lado da Espanha, estará presente o premiê Pedro Sánchez. Outros países presentes serão Alemanha, Canadá, Colômbia, França, México, Noruega, Quênia, Senegal, Timor Leste e Uruguai. Também deve ser chamado o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Os debates durante a primeira reunião dos líderes, em 2024, passaram por temas como democracia, desigualdade, a desinformação e a propagação de discurso de ódio. Assim, a pauta dos encontros também se choca com Trump, que prega liberdade de expressão total e rechaça tentativas de regular o ambiente digital.

Estavam presentes no ano passado representantes de Barbados, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Noruega, Quênia, Senegal, Timor Leste, além do presidente do Conselho Europeu Charles Michel e do Secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas, Guy Ryder.

Em uma carta apresentada, os líderes afirmaram-se “comprometidos em fortalecer as instituições e processos democráticos, bem como em manter coordenação permanente sobre os desafios à democracia em seus países e ao redor do mundo”.

(*Com informações do Estadão Conteúdo)