Brasil bate recorde no número de mortes em 2021, mostra IBGE

SÃO PAULO, 16 FEV (ANSA) – O Brasil registrou 1.786.347 mortes em 2021 e bateu o recorde desde o início da série histórica de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1974, informou a instituição no relatório Estatísticas do Registro Civil divulgado nesta quinta-feira (16).   

O número representa uma alta de 18% na comparação com 2020, que detinha o maior valor já contabilizado no país até hoje, com cerca de 1,5 milhão de falecimentos, sendo que os dois anos foram fortemente impactados pela pandemia de Covid-19.   

Conforme o IBGE, o crescimento no número de óbitos em 2021 superou o de 2020 entre os adultos de 40 a 49 anos (+35,9%) e de 50 a 59 anos (+31,3%). Quando os valores do ano retrasado são comparados com 2019, ano anterior à crise sanitária, há um excesso de 469 mil mortes – elevação de 35,6%. Na média entre 2010 e 2019, a taxa de aumento média nos óbitos era de 1,8%.   

O relatório aponta que a maior parte desses falecimentos ocorreu no primeiro semestre de 2021, sendo que março sozinho contabilizou 202,5 mil vítimas, um valor 77,8% maior do que nos mesmo mês de 2020. A partir de julho, as quantidades iniciam uma queda e, de setembro em diante, “o número de óbitos começa a cair em comparação ao mesmo mês do ano anterior”.   

“A implementação de medidas sanitárias e, posteriormente, as campanhas de incentivo à vacinação parecem ter contribuído para o recuo da pandemia e suas consequências. Há uma clara aderência entre a diminuição no número de óbitos e o avanço da vacinação no país”, ressalta a gerente da pesquisa, Klívia Brayner, em comunicado.   

Outro dado relevante do Registro Civil é que houve também queda no número de nascimentos: os 2.635.854 bebês que nasceram representam uma diminuição de 1,6% na comparação com o ano anterior e o menor número desde 2003. Apesar disso, a retração foi menor do que em 2020 (-4,7%) e em 2019 (-3%).   

“A pandemia de Covid-19 mexeu muito com a parte demográfica do país. Quando a demografia faz seus estudos, desenvolve projeções baseadas em um cenário mais ou menos estável. Mas o número de nascimentos ficou muito abaixo do que a própria projeção do IBGE indica e o número de óbitos, muito acima”, diz ainda Brayner. (ANSA).