A seleção brasileira é mesmo uma equipe renovada sob o comando do técnico Tite. Nesta terça-feira, sofreu, viveu momentos de tensão, ansiedade, mas soube superar as dificuldades e bateu a Colômbia por 2 a 1, na Arena Amazônia, em Manaus. Foi a segunda vitória do Brasil sob nova direção e também a primeira vez que ganha duas partidas seguidas nas Eliminatórias, em sua oitava rodada. E obteve o objetivo de entrar no G4.

Com 15 pontos, a seleção brasileira está na zona de classificação à Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia. Está atrás do Uruguai (16), mas passou a Argentina no saldo de gols e dependia do resultado entre Peru e Equador, em Lima, para definir se terminaria a oitava rodada em segundo ou terceiro lugar.

Há dois aspectos principais a se considerar no primeiro tempo da seleção brasileira. De certo modo, o time conseguiu a evolução pedida por Tite. Tocou bem a bola, foi objetivo, buscou tabelas constantemente, criou algumas boas chances de gol, marcou muito bem e, sob pressão, esforçou-se para, ao perder a bola, retomá-la rapidamente.

Fez isso até com intensidade maior do que no jogo contra o Equador. E dominou a etapa diante de um adversário que de fato não é bobo. A Colômbia é time bem montado, entrosado, experiente. Nesta terça-feira, tentou até ser agressiva. Mas acabou neutralizada pela boa marcação brasileira.

No entanto, a seleção também cometeu suas falhas. A mais irritante delas foram erros de passe da saída de bola, poucos é verdade, cometidos por algum preciosismo. O outro foi fazer algumas faltas desnecessárias, como a que resultaria no gol colombiano, naquela que a rigor foi a única chance real dos adversários.

A Colômbia deu um toque na bola antes do Brasil fazer 1 a 0. Foi do volante Barrios. Na tentativa de desarmar Neymar, ele cedeu escanteio. O próprio Neymar cobrou, a zaga não marcou e Miranda fez de cabeça, a 1 minutos e 19 segundos. Foi o primeiro gol do zagueiro pela seleção brasileira.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Um gol logo de cara, claro, facilita a vida de qualquer time. Ainda mais quando esse time está confiante, motivado e tem o apoio da torcida. Deu até para jogar bonito em alguns momentos, como da troca de bola entre Marcelo e Neymar, permeada por alguns toques de efeito na bola.

O bom futebol, embalado nas arquibancadas por um animado batuque, levou a torcida a cantar, a sambar e a esperar mais gols. Mas ele não veio, de certa forma porque Ospina fez boas defesas em conclusões de Renato Augusto e Neymar.

E porque Paulinho, ao receber na frente do goleiro lançamento de Neymar, perdeu o tempo da bola e tentou enganar o árbitro, tocando a bola com o braço. Além de o gol ter sido corretamente anulado, o volante levou cartão amarelo, seu segundo em dois jogos e que o deixa de fora do jogo contra a Bolívia, em outubro.

Pouco depois, veio uma falta em James Rodríguez na intermediária, que poderia ter sido evitada. Não foi e na cobrança do meia, bola bem batida, Marquinhos, ao tentar desviar para escanteio acabou marcando contra.

O Brasil não sentiu tanto o gol. Manteve o controle. Descontrole veio no final da etapa e teve Neymar como um dos protagonistas. Após um encontrão de Barrios em Gabriel Jesus, que o árbitro argentino Patricio Lousteau considerou lance normal, o atacante se irritou e entrou duro em Jeison Murillo. Acabou levando cartão amarelo.

Foi a única confusão da etapa. Ressalte-se que, apesar de algumas faltas mais duras, a Colômbia bateu pouco na primeira etapa. O fato é que a seleção brasileira poderia ter construído boa vantagem no primeiro tempo, não o fez e ainda levou o empate. E isso teve reflexos na etapa final.

O Brasil voltou um time mais ansioso. Com isso, ficou um pouco desorganizado. Criou chances, mas não conseguia concluir. Neymar passou a busca mais o meio, a prender mais a bola. O time não estava mal, mas sofria. O técnico argentino José Pekerman ainda conseguiu anular uma boa opção brasileira ao colocar Cuadrado nas costas de Marcelo. A Colômbia também assustou.

Então, Tite mudou o time. Voltou a colocar Phillipe Coutinho no lugar de Willian. A seleção cresceu de novo, com o meia do Liverpool fazendo boas arrancadas. Em uma delas, Coutinho percebeu Neymar entrando pela esquerda e tocou. Ele dominou e bateu cruzado, rasteiro: Brasil 2 a 1 e 48.º gol de Neymar pela seleção.

O atacante do Barcelona comemorou bastante. Abraçou os titulares, os reservas que se aqueciam e depois deu longo abraço em Tite, que vibrava aliviado. A Colômbia, então, se lançou. Criou novas dificuldades. Mas o Brasil de Tite tem personalidade, confiança e alma. E soube administrar a vitória.

FICHA TÉCNICA

BRASIL 2 x 1 COLÔMBIA


BRASIL – Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro; Renato Augusto, Paulinho (Giuliano), Willian (Phillipe Coutinho) e Neymar; Gabriel Jesus (Tayson). Técnico: Tite.

COLÔMBIA – Ospina; Medina, Oscar Murillo, Jeison Murillo e Díaz; Carlos Sánchez, Barrios, James Rodríguez e Macnelly Torres (Cuadrado); Muriel (Marlos Moreno) e Bacca (Martínez). Técnico: José Pekerman.

GOLS – Miranda, a 1, e Marquinhos (contra), aos 36 minutos do primeiro tempo; Neymar, aos 29 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Paulinho, Neymar e Marcelo (Brasil); Medina (Colômbia).

ÁRBITRO – Patricio Lousteau (Fifa/Argentina).

RENDA – R$ 5.840.500,50.

PÚBLICO – 36.609 pagantes.

LOCAL – Arena Amazônia, em Manaus (AM).


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias