O Brasil aumentou temporariamente a cota de importações de trigo sem tarifa para países não pertencentes ao Mercosul, informou o Ministério da Economia. A medida pode prejudicar a Argentina, seu principal parceiro no bloco regional.

A decisão, adotada pela Câmara de Comércio Estrangeira (Camex), entrou em vigor em 1º de julho e permite uma cota adicional de importação de 450.000 toneladas de trigo isentas da Tarifa Externa Comum (TEC), que é de 10%, até 17 de novembro.

O aumento será ativado apenas no caso de as importações da cota anual de 750.000 toneladas sem tarifa atingirem 85% do total.

“A medida deve ter um impacto positivo sobre a oferta do produto no país, contribuindo para reduzir ou conter eventuais aumentos de preço do trigo, que é insumo para importantes itens na cesta de consumo do brasileiro, como farinha de trigo, pães, etc”, explicou o ministério em comunicado.

Essa decisão pode gerar desconforto na Argentina, principal origem do trigo importado para o Brasil, com 89,5% do total entre janeiro e junho deste ano.

O Brasil, um dos principais importadores de trigo do mundo, compra no exterior cerca de 60% do total de trigo que consome.

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A decisão pode beneficiar os Estados Unidos, o segundo maior exportador de trigo para o Brasil, com 5,31% do total entre janeiro e junho deste ano.

Em março do ano passado, o governo argentino já manifestou preocupação quando Brasil e Estados Unidos, cujos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump são aliados, concordaram com a importação anual de 750.000 toneladas de trigo americano com tarifas zero.


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