A um mês da Copa do Mundo, França, Brasil e Argentina figuram entre as favoritas, porém é difícil prever quem ficará com o título mais cobiçado do futebol.

As 32 seleções classificadas terão o desafio de jogar em um calendário atípico, no meio da temporada europeia entre os meses de novembro e dezembro, o que não deixou muito tempo para preparação física e coletiva por meio dos amistosos habituais.

– O retorno do protagonismo sul-americano? –

Com pouco tempo para se estruturar, algumas equipes contam com a vantagem de estarem mais consolidadas. É o caso da Seleção Brasileira, atual líder do ranking da FIFA, e da Argentina de Messi, campeã da última edição da Copa América e invicta a 35 partidas.

Após duas décadas de domínio europeu, chegou a vez da América do Sul? É o que acredita o técnico da Espanha, Luis Enrique, que vê a Argentina “no topo” e o Brasil “também”.

“O Brasil, que joga mais a nível individual do que coletivo, será muito forte. A Argentina também”, disse à AFP o francês Marcel Desailly, campeão do mundo em 1998, acrescentando que acredita que a França “segue sendo uma das favoritas”.

– Os ‘Bleus’ em busca do tri –

Atual campeã da Liga das Nações e da própria Copa do Mundo, a França vai em busca do tricampeonato no mundial de repetir o feito de Itália (1934 e 1938) e Brasil (1958 e 1962), as únicas seleções que conquistaram duas vezes seguidas o torneio.

Pouco convincente na Eurocopa do ano passado, quando foi eliminado pela Suíça nas oitavas de final, o time de Didier Deschamps vai tentar contornar os problemas de lesões no elenco e os resultados decepcionantes – uma vitória nas últimas seis partidas.

O retorno de Karim Benzema à equipe é um dos pontos altos, sobretudo após o jogador faturar o prêmio Bola de Ouro da temporada, o que eleva consideravelmente sua moral e, principalmente, a vontade de ganhar, já que não participou da campanha vitoriosa em 2018.

O jogador foi o autor de um dos gols que deu à França a vitória da Liga das Nações de 2021.

– Uma Copa de ‘grandes surpresas’ –

Além de França, Brasil e Argentina, alguma outra seleção pode levantar o troféu? A Inglaterra, vice-campeã da Europa? As irregulares Alemanha e Espanha? A Holanda, que está de volta ao Mundial? A Bélgica, com a forte geração de Kevin de Bruyne e Eden Hazard?

O Catar, anfitrião, se preparou minuciosamente para a estreia e está focado em se classificar pelo menos para as oitavas de final. Porém, as partidas de preparação da equipe comandada pelo espanhol Félix Sánchez não ofereceram muitas garantias ao país sem histórico na competição.

“Veremos grandes surpresas no Mundial, equipes inesperadas estarão em forma”, disse o ex-preparador físico da seleção catari, Nicolas Dyon, à AFP.

O Catar é “um país com muitas incertezas em termos de umidade, mesmo que seja inverno e não tão quente. Qual será o nível de oxigênio? Como os jogadores vão se adaptar? Isso favorecerá equipes menores?”, acrescentou.

Nesse contexto atípico, os especialistas afirmam que será possível ver espetáculos, sobretudo dos jogadores que jogam na Europa, que chegarão em melhor forma do que no final da temporada, época em que o torneio costuma ser disputado.

“A vantagem desta Copa do Mundo é a de que os jogadores estarão menos cansados fisicamente e mentalmente”, resumiu Cleber Xavier, assistente do técnico da Seleção Brasileira, Tite.

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