O governo “ainda está estudando” se transfere sua embaixada em Israel para Jerusalém, afirmou nesta terça-feira o chanceler Ernesto Araújo, a dez dias da visita do presidente Jair Bolsonaro ao Estado hebreu.

“A questão de Jerusalém é importantíssima, faz parte da essência do que pode significar essa nova relação com Israel. A forma como será tomada [a decisão] ainda estamos estudando”, declarou em coletiva de imprensa em Brasília.

Bolsonaro visitará Israel entre 31 de março e 2 de abril, depois de ir nesta semana aos Estados Unidos e ao Chile, em uma demonstração de uma guinada diplomática em direção a governos conservadores e nacionalistas.

Durante a campanha, Bolsonaro prometeu que transferiria a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, o que foi confirmado após a posse embora as expectativas tenham esfriado diante de sinais de que os países árabes poderiam adotar represálias comerciais.

“É um movimento que tem que ser feito dentro de um correto encaixe dentro de outras políticas na região, para que fique claro que, se for o caso, seria um movimento positivo, como parte de uma contribuição do Brasil para a paz e a estabilidade”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.

Araújo disse que o governo tem consciência da “grande expectativa” que essa medida gera entre a bancada evangélica do Congresso, pró-israelense, cujo apoio foi essencial para a vitória eleitoral de Bolsonaro.

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O governo brasileiro ainda não divulgou o programa da viagem de Bolsonaro, que já recebeu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no Brasil na inauguração de seu mandato presidencial, em 1 de janeiro.

O chanceler somente adiantou que, por enquanto, não está previsto que Bolsonaro visite os territórios palestinos.

Israel considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital indivisível, enquanto os palestinos querem que Jerusalém Oriental se torne a capital de seu futuro Estado.

Para a comunidade internacional, o estatuto da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes e as embaixadas não têm que se instalar enquanto não se chega a um acordo.

Até agora, o Brasil manteve essa postura.

Antes da viagem de Bolsonaro, Netanyahu será recebido na Casa Branca pelo presidente americano Donald Trump, que já transferiu em 2018 a embaixada americana para Jerusalém, em meio a fortes críticas internacionais.


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