Sem Neymar e testando jovens alternativas, o Brasil inicia o ano de sua Copa América medindo forças neste sábado com o Panamá, no penúltimo amistoso antes que Tite divulgue a lista de convocados para o torneio continental, sem margens para erro.

Superada a decepção na Copa do Mundo da Rússia, a Seleção buscará somar uma sétima vitória consecutiva neste novo ciclo, desta vez contra o Panamá a partir das 14h00, horário de Brasília, em jogo disputado no Estádio do Dragão, no Porto, antes de viajar a Praga para encarar a República Tcheca, no dia 26.

1. Caras novas

Fiel à base do time que fez grande campanha nas eliminatórias para a Copa do Mundo, Tite frustrou a quem pedia uma revolução após a queda na Rússia.

Venerado antes do torneio mundial e agora sob pressão diante da Copa América, o técnico, porém, testou algumas peças novas, chamando 44 jogadores nesse período, de olho também na Copa do Catar-2022.

E alguns chegaram para ficar, como o atacante Richarlison, do Everton inglês, artilheiro do novo ciclo ao lado de Neymar com três gols e um dos encarregados de substituir o capitão da Seleção, que ainda se recupera da lesão no pé direito e não joga desde 23 de janeiro.

“Neymar faz grande falta para nós. Todos aqui sabem da responsabilidade. Se for jogar, vou fazer o melhor para que a Seleção possa vencer as partidas. Claro que o Neymar torna fáceis os jogos difíceis, mas vamos suprir muito bem a ausência dele aqui”, afirmou o atacante de 21 anos.

Segundo as pistas deixadas por Tite em Portugal, Richarlison estará na equipe titular do Brasil contra o Panamá, ao lado de outros jovens em alta na Europa, como o defensor Éder Militão -recém-contratado pelo Real Madrid-, os meias Lucas Paquetá (Milan) e Arthur (Barcelona), e o goleiro Ederson, num onze inicial mais experimental do que se espera na terça-feira contra os tchecos.

A onda de lesões que frustrou a volta do veterano Daniel Alves e afetou Filipe Luís impediu também uma estreia muito esperada no Brasil: a de Vinicius Junior, que viveu meses de sonho no Real Madrid até sofrer uma ruptura dos ligamento do tornozelo, freando seu desenvolvimento impressionante e retardando possivelmente para a Copa América sua estreia na Seleção principal.

2. Sob pressão

Embora tenta-se tirar um pouco do peso das costas dos jogadores, o Brasil estará sob forte pressão quando, em 14 de junho, entrará em campo no Morumbi para a estreia na Copa América contra a Bolívia.

Há 30 anos que o país não sedia o torneio continental, que venceu pela última vez em 2007, e qualquer resultado que não for o título no Maracanã, na final de 7 de julho, será difícil de digerir para uma torcida que, salvo o ouro olímpico de 2016, vive anos de vacas magras no que diz respeito a conquistas.

“Pressão para ganhar sempre existe, mas é futebol. Para ganhar tem que jogar bem, esse é o objetivo, buscar o titulo e fazer uma grande Copa América”, analisou Miranda, veterano zagueiro da Inter de Milão.

“Não vejo que temos que ganhar senão muda tudo, é todo um trabalho que estamos realizando. Nosso objetivo é ganhar e vamos lutar por isso”, defendeu.

Sem grande dificuldade para se impor nos seis amistosos pós-Copa, Tite busca ainda uma maior contundência ofensiva de uma equipe que vem pecando pela ineficiência frente ao gol adversário, como foi visto nas vitórias sobre Argentina (1-0) e Uruguai (1-0).

3. Reestreia

Com Julio Dely Valdés de volta ao comando técnico, após quase classificar a equipe à Copa do Mundo do Brasil-2014, o Panamá começa agora sua reestruturação de cara para a Copa Ouro de junho. O ex-jogador do Paris Saint-Germain e do Málaga reassumiu as rédeas após os resultados ruins sob o comando do interino Gary Stempel, que por sua vez havia substituído Hernán Darío Gómez, artífice da histórica classificação dos panamenhos para sua primeira Copa, em 2018.

Após a emoção de disputar a Copa na Rússia -onde nem o último lugar geral tirou o bom humor da torcida-, Dely Valdés tentará recuperar uma equipe que não vence há quase um ano, uma missão das mais difíceis quando se enfrenta um time pentacampeão do mundo.

“Sabemos da dificuldade deste compromisso, como vai ser difícil, mas o mais importante, independentemente de ganhar ou não, é sairmos de campo com uma boa sensação”, pediu o técnico.

Prováveis escalações:

Brasil: Ederson – Fágner, Militão, Miranda, Alex Telles – Casemiro – Arthur, Paquetá, Coutinho, Richarlison – Firmino. T: Tite.

Panamá: Mejía – Murillo, Machado, Escobar, Vargas – Cooper, Godoy, Rodríguez, Quintero – Torres e Abdiel Arrollo. T: Dely Valdés.

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