Os dados apurados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o número de votos brancos, nulos e abstenções no segundo turno da eleição em Porto Alegre foi superior à votação do prefeito eleito, Nelson Marchezan Júnior (PSDB). O tucano conquistou 402 mil votos neste domingo (30). Já as abstenções e os brancos e nulos somaram 433 mil.

Na prática, isso significa que 44% dos 1,098 milhão de eleitores de Porto Alegre não foram às urnas ou preferiram ir até sua seção eleitoral, mas não votar em ninguém. Este porcentual é maior do que o verificado no primeiro turno, quando a soma de abstenções, brancos e nulos foi de 382 mil, ou 38,4% do total de votos possíveis na cidade.

Ao longo de toda a campanha no segundo turno, tanto Marchezan quanto seu adversário, Sebastião Melo (PMDB), reconheceram que um dos maiores desafios deste pleito era a necessidade de convencer o cidadão que está insatisfeito com a política a apoiar uma das candidaturas. Outro desafio era conquistar os votos dos eleitores mais identificados com a esquerda, e que ficaram órfãos após o primeiro turno. O PT de Porto Alegre decidiu não apoiar nenhum dos dois candidatos no segundo turno. Já o PSOL defendeu abertamente a anulação do voto.

Vale ressaltar que tanto o voto nulo quanto o branco não são válidos, isto é, não são considerados na apuração dos resultados das eleições. Para votar nulo, o eleitor precisa digitar um número de candidato inexistente, como, por exemplo, “00”, e depois a tecla “confirma”. Já o voto em branco, de acordo com o TSE, é aquele em que o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos, pressionando a tecla “branco” na urna, seguida da tecla “confirma”.


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