Braga Netto é responsável por Bolsonaro ter perdido eleição para Lula, diz Janaína Paschoal

Janaína Paschoal
Janaína Paschoal Foto: Wenderson Araujo

A vereadora pela cidade de São Paulo Janaína Paschoal (PP) publicou nas redes sociais uma mensagem responsabilizando o general Walter Braga Netto pela derrota de Jair Bolsonaro (PL) em 2022. No entanto, defendeu o militar de suposto envolvimento em uma trama golpista que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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“Entendo, firmemente, que perdemos o Brasil por culpa de Braga Netto. Eu não suporto este homem”, escreveu a advogada. O militar foi vice na chapa com o ex-presidente em 2022.

Na avaliação da vereadora, Bolsonaro escolheu o militar para “se blindar de um possível impeachment no segundo mandato”, porém o ex-presidente deveria ter escolhido a ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina.

“(Bolsonaro) chamou um general mais pesado do que o que já tinha, e entregou a nação à esquerda”, afirmou. A advogada chegou a ser convidada para compor a chapa do ex-presidente em 2018, após ter despontado publicamente por seu envolvimento no impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Golpe de Estado

O general Braga Netto é suspeito de envolvimento em um plano para dar golpe de Estado e matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, uma das reuniões para tratar do plano teria ocorrido na casa do general, em Brasília, com a presença dos majores Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira, dois dos presos pela corporação na terça-feira, 19.

“Creio que as pessoas que estão pedindo a prisão de Braga Neto não leram a decisão do Ministro Alexandre. No PDF disponibilizado, nada evidencia a participação do General na tal trama”, escreveu Janaína Paschoal.

A advogada ainda afirmou que, na sua percepção, não é “crível” que o assassinato de altas autoridades seja contando com o uso de um táxi.

“Pelos relatórios mencionados, eles teriam evitado pedir Uber, para suas localizações não ficarem registrados na plataforma, mas não conseguiram um táxi e abortaram o plano, que, nos diálogos, tratam como jogo. Não é possível!”, completou.

Ela ainda pediu que se levante o sigilo de documentos que instruíram a decisão de prisão preventiva dos quatro militares e do policial federal suspeito de envolvimento no caso.

“O País tem direito a esse resgate histórico. Queremos conhecer a verdade. Se houver diligências futuras, que se mantenha o sigilo do que for necessário, mas precisamos ler os planos, os relatórios e os diálogos interceptados, na íntegra”, disse.