Braga Netto chamou Cid de ‘mentiroso’ em acareação e ele ficou de cabeça baixa

Ton Molina/STF e Isac Nóbrega/PR
Mauro Cid (à esquerda) e Braga Netto se confrontaram em acareação no STF Foto: Ton Molina/STF e Isac Nóbrega/PR

O advogado José Luis de Oliveira Lima, conhecido como Juca, que representa o general Braga Netto, disse que seu cliente chamou Mauro Cid de “mentiroso” e que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) permaneceu de “cabeça baixa” durante a acareação sobre o processo da suposta trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta terça-feira, 24.

Durante a ação, Braga Netto já tinha afirmado que Cid — que o mencionou em sua delação premiada — tinha faltado com a verdade em mais de uma ocasião.

“Cid permaneceu o tempo todo de cabeça baixa e Braga Netto o chamou de mentiroso. Cid se contradisse mais ainda”, disse o advogado Juca a jornalistas.

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A acareação durou quase duas horas, e encerrou pouco depois do meio-dia. A audiência foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso, e contou com a participação do ministro Luiz Fux.

A defesa de Braga Netto solicitou a acareação e apontou duas divergências entre os depoimentos do general e os de Mauro Cid — sobre a reunião ocorrida na casa de Braga Netto em novembro de 2022; e a suposta entrega de dinheiro dentro de uma caixa de vinho.

O tenente-coronel afirmou que os presentes na reunião demonstraram insatisfação com o resultado das eleições de 2022, da qual Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com a condução do tema pelas Forças Armadas, mas precisou sair antes do fim. Já o general disse que foi apenas uma “visita de cortesia” e que Cid ficou o tempo inteiro.

De acordo com Mauro Cid, um dos militares disse que precisava de recursos para financiar o plano golpista e ele então recorreu a Braga Netto, após uma tentativa fracassar com o partido PL. O ex-ajudante de ordens afirmou que os valores teriam sido entregues no Palácio do Planalto. Depois, relatou que o dinheiro estava dentro de uma sacola de vinho. Braga Netto nega o caso.