Bradesco: inadimplência (90 dias) vai a 4,2% em março; alta de 0,1 ponto

A inadimplência do Bradesco, considerando atrasos acima de 90 dias, teve piora de 0,1 ponto porcentual ao final de março ante dezembro, para 4,2%. Esta é a quinta elevação seguida do indicador. Em um ano, os calotes do banco tiveram piora de 0,6 p.p. “Conforme previsto, a inadimplência apresentou aumento decorrente da continuidade da conjuntura econômica desfavorável, com impacto na qualidade da carteira de crédito, principalmente nas micro, pequenas e médias empresas (MPEs) e pela redução da carteira no trimestre”, justificou o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras. Os calotes na pessoa física recuaram de 5,55% ao final de dezembro para 5,50% em março. Há um ano, estavam em 4,8%. Nas MPEs, os calotes subiram de 5,98% para 6,66%, sendo que no primeiro trimestre de 2015 o indicador ficou em 4,7%. A inadimplência de grandes empresas baixou de 0,54% em dezembro para 0,43% em março. Há um ano, estava em 0,8%. A inadimplência de curto prazo do Bradesco, que compreendem atrasos entre 15 e 90 dias, foi a 4,77% ao final de março, ante 4,07% em dezembro. No primeiro trimestre de 2015, estava em 4,1%. O aumento foi motivado tanto pela pessoa física quanto pela jurídica. Os calotes de curto prazo de indivíduos aumentaram de 5,74% em dezembro para 6,36% em março, enquanto os das empresas subiram de 2,96% para 3,65%. As despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, do Bradesco saltaram 30,0% no primeiro trimestre, para R$ 5,448 bilhões, ante o imediatamente anterior, de R$ 4,192 bilhões. Em um ano, quando esses gastos estavam em R$ 3,580 bilhões, o incremento foi de 52,2%. O saldo de PDDs do Bradesco alcançou R$ 30,497 bilhões ao final de março, elevação de 3,4% em relação a dezembro, de R$ 29,499 bilhões. Em um ano, quando somou R$ 23,618 bilhões, a expansão foi de 29,1%. Esse item representou 8,6% da carteira de crédito, ante indicador de 8,0% no trimestre anterior. O índice de cobertura ao final de março, de 220,5%, ficou acima dos 210,5% ao final de dezembro. Em um ano, estava em 203,0%. Na prática, para cada R$ 1,00 emprestado, tem R$ 2,20 em provisão. “Considerando as perdas esperadas para um ano, a qual tem grande correlação com as operações de curso anormal de ratings E-H, verifica-se uma cobertura efetiva de 220,5% para março de 2016, sendo um índice de boa comparabilidade às provisões excedentes, pois elimina o efeito de eventuais vendas de carteiras”, informa o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras. A carteira de créditos renegociados do Bradesco totalizou R$ 13,078 bilhões ao final de março, cifra 17,82% maior que a registrada um ano antes, de R$ 11,100 bilhões. A provisão para esses empréstimos foi a 65,8%, contra 63,3% em 12 meses. Nos três primeiros meses do ano, somente os créditos renegociados do Bradesco somaram R$ 3,5 bilhões, volume quase 19% maior que o registrado em um ano, de R$ 2,9 bilhões. Os recebimentos totalizaram R$ 1,835 bilhão, ante R$ 1,656 bilhão, respectivamente. Os bancos estão aumentando o volume de créditos renegociados em meio à extensão da crise no País, que tem pesado no desempenho das empresas e, consequentemente, no seu fôlego financeiro. Para evitar o aumento ainda mais acentuado dos calotes, as instituições têm optado por renegociar créditos não vencidos, evitando, assim, uma cifra ainda maior de créditos reestruturados e revisão de ratings. O Bradesco destaca, em notas explicativas, que as operações renegociadas são mantidas, no mínimo, no mesmo nível em que estavam classificadas. Segundo o banco, as que já haviam sido baixadas contra a provisão e que estavam controladas em contas de compensação são classificadas como nível “H” e os eventuais ganhos provenientes da renegociação somente são reconhecidos quando efetivamente recebidos.