O Bradesco começou a apurar o número da variação patrimonial do HSBC Brasil que vai determinar o ajuste a ser feito no pagamento pelo banco britânico, de US$ 5,2 bilhões, valor divulgado no anúncio da operação de aquisição, em agosto do ano passado. Será utilizado, conforme fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o número no padrão internacional de contabilidade, o IFRS, e que ainda não está definido. Ao final de 2014, o patrimônio do banco era de R$ 11,2 bilhões, com base na norma internacional. Os bancos envolvidos, porém, não relevaram nem valor patrimonial atualizado e, consequentemente, o do ajuste. Na quinta-feira, 9, Alexandre Gluher, vice-presidente do Bradesco, reafirmou que o ajuste de preço não deve ser relevante. Sem citar um número, garantiu que será “muito pequeno”. “Quando fizemos o negócio no ano passado, o valor de US$ 5,2 bilhões estava baseado no balanço de dezembro de 2014. Assumimos uma regra de ajuste de preço conforme as variações patrimoniais desse período. Os dados até agora nos mostram que os ajustes de preço não devem ser relevantes. Serão muito pequenos”, disse Gluher, em teleconferência com a imprensa, na quinta-feira. No entanto, com base nos números do HSBC considerando o padrão contábil brasileiro, o BR GAAP, o ajuste no preço não deve ser para cima. Isso porque o patrimônio do banco, considerando a norma local, ficou em torno de R$ 9,5 bilhões ao final de dezembro último ante cifra de cerca de R$ 9,7 bilhões registrada um ano antes, também levando em conta o padrão local. Os números sinalizam ainda, como destacou ontem o executivo do Bradesco, que o ajuste será pequeno já que a diferença em BR GAAP é por volta de R$ 200 milhões. Já o número do patrimônio do HSBC com base no padrão IFRS ainda não foi apurado e deve passar por uma auditoria, segundo uma fonte. Hoje, executivos dos dois bancos, conforme apurou o , já conversaram a respeito. O Bradesco recebeu na quinta-feira, 9, a última autorização que faltava para concluir a aquisição do HSBC. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o negócio com restrições, dentre elas, a proibição para a compra de instituições financeiras nos próximos 30 meses. Tal passo só poderá ser dado caso seja de interesse do sistema financeiro nacional ou em algum grupo que já detenha alguma participação. Antes, o banco já havia recebido autorização por parte do Banco Central e da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A agência de classificação de risco Moody’s avaliou, em nota hoje, como positivo o aval do Cade para a aquisição do HSBC pelo Bradesco para ambos os bancos. “Ao mesmo tempo que beneficiará o HSBC ao disponibilizar capital que poderá ser realocado para mercados em crescimento, a compra proporcionará oportunidade para que o Bradesco eleve a participação no mercado doméstico e reforce a geração de lucros futura”, analisou Alexandre Albuquerque, analista de bancos da Moody’s para o Brasil.