A gigante britânica dos hidrocarbonetos BP anunciou, nesta quarta-feira (13), que seu ex-diretor-geral Bernard Looney, que renunciou em setembro acusado de ter ocultado “relações pessoais” com vários colegas, havia cometido uma “falta grave” e terá que renunciar a mais de 32 milhões de libras de remuneração potencial.

Looney reconheceu “não ter sido totalmente transparente” e “o conselho diretor determinou que isso constitui uma falta grave de conduta”, segundo um comunicado, que especifica que, por isso, Looney será “despedido sem aviso prévio” a partir de quarta-feira, o que encerra o prazo de aviso prévio de 12 meses.

Em consequência dessa decisão, Looney já não receberá nenhum salário, subsídio de aposentadoria nem outras vantagens ou benefícios a partir da data de sua demissão, nem a bonificação anual de 2023.

Também não se beneficiará dos planos de atribuição de ações da empresa, que representavam a maior parte de sua remuneração.

Além disso, deverá reembolsar os 50% do seu bônus anual de 2022 e uma parte das ações atribuídas em agosto de 2023.

“O valor máximo total da remuneração potencial” a que Looney deve renunciar é de 32,4 milhões de libras (40,7 milhões de dólares ou 201 milhões de reais), ainda que ele já tivesse perdido grande parte desse dinheiro de qualquer forma só pelo fato de sua partida em setembro, informou a empresa.

A BP havia anunciado em setembro que teve conhecimento em maio de 2022 de “acusações (…) sobre o comportamento de Looney a respeito de relações pessoais com colegas dentro do grupo”.

Naquele momento, a empresa iniciou uma investigação interna na qual Looney, de 53 anos e que assumiu o grupo em 2020, admitiu “um pequeno número de antigas relações com companheiros antes de se tornar diretor-geral”.

“Não se constatou nenhum violação do código de conduta do grupo”, precisou a BP à época.

“Mas recentemente surgiram novas acusações de natureza similar” e “Looney informou ao grupo que reconhecia que não havia sido completamente transparente em suas declarações anteriores”, disse o grupo.

O diretor finaneiro Murray Auchincloss assumiu de forma interina em setembro o cargo de diretor-geral enquanto se busca um substituto permanente.

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