Nesta segunda-feira (19), o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, teve seu registro no Sistema Único de Saúde (SUS) atacado e suas informações cadastrais alteradas, incluindo ofensas à sua família. As informações são do colunista Leonardo Sakamoto, do UOL.

“Não é um caso isolado. É um absurdo que tenha ocorrido alteração de dados de cadastro do SUS de lideranças de oposição”, disse o pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL.

No cadastro, o nome de seu pai, o médico infectologista Marcos Boulos, foi trocado pelo do ator pornô “Kid Bengala”, e imagens de Boulos em protestos foram colocadas como fotografias de identificação.

Ainda segundo Sakamoto, mais tarde, o Ministério da Saúde reconheceu que a alteração ilegal dos dados pessoais de Boulos foi feita por “uma pessoa credenciada para utilizar o sistema” e não por um hacker.

Ao UOL, a pasta disse que “cabe esclarecer que já foi solicitado o bloqueio da credencial usada nestas ações”.

Boulos disse que não basta o governo reconhecer que a alteração foi feita, “eles precisam dizer quem é essa pessoa credenciada e o que será feito com relação a ela. Ou um servidor público poderá continuar alterando o cadastro de lideranças da oposição?”.

Alterações ilegais recorrentes

O caso da alteração do cadastro de Guilherme Boulos não é o primeiro. Recentemente, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi informada por profissionais de saúde que seu cadastro no SUS havia sofrido baixa por óbito.

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, e a ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB), também já tiveram seus registros no SUS alterados, distorcendo informações e acrescentando xingamentos, no ano passado.