O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) entrou nesta quarta-feira, 6, com requerimento para que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) suspenda os salários dos parlamentares bolsonaristas que ocuparam a mesa diretora da Casa.
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“É verdade que quando os bolsonaristas ficam em silêncio, a Câmara e o Congresso ficam mais salubres, mais saudáveis, mas é verdade, também, que essa turma não quer trabalhar e não quer deixar o Congresso trabalhar“, afirma o deputado em vídeo publicado no seu X (antigo Twitter).
“Bem… Quem não trabalha não pode receber salário, por isso eu entrei hoje com um requerimento ao presidente Hugo Motta para que faça o corte de ponto dos bolsonaristas que não querem trabalhar“, finaliza Boulos.
Na justificativa do requerimento, Boulos escreve que “a paralisação intencional dos trabalhos legislativos fere o princípio da eficiência da Administração Pública e prejudica a tramitação de projetos que beneficiam diretamente o povo brasileiro”.
O deputado pede, “no mínimo, a supressão da remuneração relativa aos dias em que, por ação ou omissão dolosa, contribuíram para a paralisação dos trabalhos legislativos”. Boulos também afirma que a atitude dos bolsonaristas é “conduta incompatível com o exercício regular do mandato parlamentar” e que eles defendem uma “pauta abertamente antidemocrática”.
Os deputados e senadores aliados de Jair Bolsonaro (PL) que travaram as votações na Câmara e no Senado exigem que um pacote de medidas em favor do ex-presidente, preso nesta segunda-feira, 4, seja votado.
Dentre as demandas, estão a votação de anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos no 8 de Janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a proposta de emenda à Constituição (PEC) pelo fim do foro privilegiado.
A iniciativa foi anunciada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que expectativa é impedir todas as votações nesta semana, mas caberá ao presidente de cada comissão a decisão de parar os trabalhos ou não.
Os presidentes das duas Casas reagiram aos protestos. Hugo Motta anunciou que deputados que impedirem votações serão suspensos do mandato. Davi Alcolumbre (União-AP), por sua vez, determinou a realização de sessão remota do Senado nesta quinta-feira, 7.
“Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”, afirmou Alcolumbre.