O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) evita admitir a alta rejeição apontada pela pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, 10. Com 58% dos eleitores apontando que não votam nele de jeito nenhum, o deputado conseguiu atingir um patamar maior que Pablo Marçal (PRTB), que chegou a 48% de reprovação do eleitorado.

O número apontado pelo levantamento mostra que a campanha de Ricardo Nunes (MDB) tem acertado na estratégia de colocar Boulos como “extremista” para aumentar a rejeição do parlamentar. A briga da campanha, agora, é para encontrar estratégias que ajudem a reduzir esse índice.

Interlocutores, mesmo que não publicamente, admitem a preocupação com o número, que deve moldar o segundo turno das eleições. Boulos foge quando questionado e diz a mesma frase em looping, comparando as suas propostas com a de Nunes. Fato é que ainda é preciso encontrar caminhos para reverter o cenário.

Uma das apostas é na propaganda eleitoral. A tendência é que Guilherme Boulos mantenha o volume das críticas e acusações feitas a Nunes no primeiro turno. Do boletim de ocorrência por violência doméstica à máfia das creches, a campanha quer usar as denúncias para enfraquecer a imagem do prefeito.

As peças também devem tentar colar a imagem de Nunes à do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que confirmou o apoio oficial ao emedebista. O prefeito, porém, evita o padrinho e prefere o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao seu lado.

Outro fator que, na visão da campanha, pode colaborar para reduzir a rejeição está em Lula. O petista, diferentemente do primeiro turno, garantiu maior presença na reta final da campanha e deve aparecer em carreatas pelas regiões extremas da capital.

A campanha já tem como foco as periferias, principalmente naquelas em que Boulos perdeu no primeiro turno. Nesta sexta-feira, 11, por exemplo, o deputado foi a Brasilândia e Freguesia do Ó, áreas em que Nunes prevaleceu.

Com Lula não deve ser diferente. O petista deve fazer uma carreata no Grajaú, zona em que Nunes venceu no primeiro turno por uma margem bem apertada.

O presidente também deve ir a São Mateus, onde Boulos pretende aumentar seus 33% de votos na região. Ambas as agendas estão previstas para o dia 19 de outubro.

Na véspera da eleição, Lula também deve participar de outra passeata, desta vez no Centro de São Paulo.