O deputado federal Guilherme Boulos (Psol), candidato à Prefeitura de São Paulo (SP), gastou cerca de nove vezes mais que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) durante a campanha pelo primeiro turno. Com base nos dados apresentados à Justiça Eleitoral para a prestação parcial de contas das candidaturas, o psolista gastou o equivalente a R$ 25,99 por voto. Já Marçal, que ficou em terceiro lugar na disputa, R$ 3. O cálculo é baseado na soma referente às despesas contratadas da campanha e os recursos estimáveis divididos pelo número de votos obtidos no primeiro turno.
Para garantir a vaga no segundo turno das eleições, a campanha do candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembolsou ao menos R$ 46 milhões. Quase metade do valor foi usado para o pagamento de serviços prestados por terceiros.
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O parlamentar também investiu mais de R$ 7 milhões em publicidade por materiais impressos e R$ 6 milhões com impulsionamento de conteúdos, de acordo com os dados disponibilizados pela campanha até sábado, 5.
Sem dinheiro do fundo eleitoral, Marçal gastou um pouco mais de R$ 5 milhões, investindo principalmente em impulsionamento de conteúdo nas redes sociais e publicidade por materiais impressos.
Conforme a última prestação de contas do candidato derrotado, entregue na quarta-feira, 9, o ex-coach recebeu um pouco mais de R$ 7,9 milhões em doações. Além de declarar R$ 128 mil em recursos estimáveis, quando a campanha do candidato recebe bens ou serviços como doação.
Primeiro colocado na disputa pela Prefeitura de São Paulo no primeiro turno, Ricardo Nunes (MDB) declarou ter gasto até o momento R$ 29,3 milhões. O atual prefeito teve um custo de R$ 16,29 por voto.
Assim como Boulos, o principal investimento foi em serviços prestados por terceiros. Para o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, a campanha do emedebista desembolsou R$ 4,4 milhões, segundo a prestação apresentada na sexta-feira, 4.
Até o final da eleição, os números podem mudar, já que as campanhas têm até o dia 5 de novembro para fazer a prestação de contas final. Boulos e Nunes ainda devem ter novos gastos para a disputa do segundo turno.
Custo por voto mais caro de São Paulo
Último lugar na votação do primeiro turno, com 833 votos, Bebeto Haddad (DC) teve um custo por voto de R$ 160,23. Apesar de ter tido apenas R$ 33.442,50 de despesas contratadas, o candidato, que concorreu sob judice, recebeu R$ 100 mil em recursos estimáveis.
Já Altino Prazeres (PSTU), que recebeu 3.017 votos, teve o segundo maior custo: R$ 141,13. Conforme a prestação de contas apresentada pelo político no último dia 5, foram gastos um pouco mais de R$ 425 mil durante sua campanha. O principal investimento foi em publicidade por material impresso.
Sem atualizar os gastos da campanha desde o dia 13 de setembro, José Luiz Datena (PSDB) tem, até o momento, o terceiro custo por voto mais alto entre os candidatos. Na entrega parcial do seu relatório financeiro, o apresentador informou ter gasto um pouco mais de R$ 5 milhões, tendo um custo por voto de R$ 45,31. Até o mês passado, a campanha havia gastado mais do que arrecadou, já que recebeu cerca de R$ 3 milhões do fundo partidário e não declarou nenhuma outra receita.
Custo zero?
No levantamento feito pela reportagem do site IstoÉ, o candidato João Pimenta (PCO) não havia declarado nenhum gasto até o dia 13 de setembro. Procurada, a assessoria de imprensa do candidato afirmou que como o partido teve problemas para receber o fundo eleitoral deste ano, Pimenta “não tinha o que declarar”.
Ainda segundo a assessoria, o partido lidou com os gastos de campanha por meio de um comitê financeiro unificado e a próxima atualização da prestação de contas do político deve constar “doações estimáveis em dinheiro”.
“Ao invés de ser registrado, no caso do João Pimenta, por exemplo, que ‘João recebeu X reais’, será registrado que o PCO, enquanto entidade nacional, doou X reais à campanha de João por meio de panfletos, santinhos etc”, explicou a assessoria.
Confira quantos votos teve cada candidato no primeiro turno em São Paulo
- Ricardo Nunes (MDB) – 1.801.139 votos – 29,48 %
- Guilherme Boulos (Psol) – 1.776.127 votos – 29,07 %
- Pablo Marçal (PRTB) – 1.719.274 votos – 28,14 %
- Tabata Amaral (PSB) – 605.552 votos – 9,91 %
- Datena (PSDB) – 112.344 votos – 1,84 %
- Marina Helena (Novo) – 84.212 votos – 1,38 %
- Ricardo Senese (UP) – 5.593 votos – 0,09 %
- Altino Prazeres (PSTU) – 3.017 votos – 0,05 %
- João Pimenta (PCO) – 960 votos – 0,02 %
- Bebeto Haddad (DC) – 833 votos – 0,01 %