06/10/2024 - 14:00
A poucas horas do resultado do primeiro turno, os candidatos à prefeitura de São Paulo aproveitam todos os momentos possíveis para ter o último contato com o público para garantir uma vaga no segundo turno na eleição mais acirrada na história da capital paulista. O levantamento contabilizou os últimos dez dias de campanha — sem contar o final de semana da eleição.
No sábado, 5, candidatos aproveitaram para fazer as últimas carreatas com participação de padrinhos políticos como o último sprint para largar com vantagem na contagem de votos. Guilherme Boulos (PSOL) apostou em uma passeata na Avenida Paulista e Rua Augusta, nos mesmos moldes de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) nas eleições de 2022.
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Já Ricardo Nunes (MDB) investiu em carreatas pela Zona Leste de São Paulo para tentar aumentar sua aprovação na periferia e em uma ceia na igreja para acenar aos evangélicos. As agendas tiveram a participação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Pablo Marçal (PRTB) aproveitou para fazer uma maratona, varando a madrugada para ter contato com o eleitor. Tabata Amaral (PSB) também apostou em carreatas no último dia de campanha.
Esse contato com o eleitor foi o principal foco dos candidatos na reta final da campanha. Nas duas últimas semanas de campanha, os candidatos rodaram pelos quatro cantos da capital na tentativa de conseguir o voto dos indecisos e de arrancar votos dos adversários.
Um levantamento feito pelo site IstoÉ mostra que os postulantes ao Edifício Matarazzo investiram tempo e gasolina para conseguir o feito. A média de rodagem dos cinco principais no sprint final da corrida eleitoral é de 258 km.
Boulos foi o que mais se deslocou. O candidato do PSOL investiu pesado no corpo a corpo, principalmente na periferia de São Paulo, uma das maiores preocupações do psolista.
Em 10 dias, o deputado rodou 360 km pela capital paulista. O foco maior foi nas regiões Leste e Sul, além do Centro, um dos redutos eleitorais da esquerda em São Paulo.
Outro que apresentou uma quilometragem acima dos 300 km foi Pablo Marçal. O ex-coach fez questão de aumentar sua presença nos bairros da capital paulista na reta final após ter apresentado uma oscilação nas pesquisas eleitorais.
Entre os dias 25 de setembro e 4 de outubro, o ex-coach andou cerca de 302 km, com foco maior na Zona Sul da capital. As andanças ajudaram o candidato da PRTB, que conseguiu se recuperar e manter o empate triplo com Boulos e Nunes.
Prefeito e Tabata na média
Ricardo Nunes (MDB) foi outro que intensificou a agenda de corpo a corpo, mas com uma estratégia oposta à dos rivais. Manteve as carreatas, mas focou em reuniões com grupos específicos e entidades.
De acordo com o levantamento, o prefeito rodou 278 km nessa reta final de campanha. A intensificação acontece em meio à divisão de votos dos bolsonaristas entre ele e Marçal. Na avaliação de especialistas, inclusive, esse público deve decidir quem irá ao segundo turno.
Na quarta colocação nas pesquisas, Tabata Amaral já adotava o corpo a corpo como uma estratégia desde o início da campanha. Na reta final, a candidata do PSB rodou 258 km, exatamente a média da pesquisa feita pelo site IstoÉ.
Ao contrário dos demais candidatos, Tabata espalhou carreatas pela cidade, sem focar em regiões específicas. A deputada viu a necessidade de aumentar o conhecimento sobre seu nome para alavancar a candidatura. Ela manteve o foco nas comunidades, principal bandeira da campanha.
Datena submerge
O candidato José Luiz Datena foi o que menos intensificou sua campanha nas últimas semanas. Em quinto lugar, o tucano variava entre uma única agenda ou o cancelamento dos seus compromissos de campanha.
Entre os dias 25 de setembro e 4 de outubro, Datena rodou apenas 93 km pela cidade de São Paulo. Com somente duas agendas, a Zona Leste foi a preferência do tucano na reta final de campanha.
*Com colaboração de Sofia Magalhães – estagiária sob supervisão