Guilherme Boulos (PSOL) ganhou na Justiça Eleitoral três direitos de reposta nas redes sociais de Pablo Marçal (PRTB), onde o ex-coach publicou conteúdos acusando sem provas o adversário de ser usuário de cocaína. Ambos concorrem à prefeitura de São Paulo.

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A publicação mais recente ocorreu na sexta-feira, 6, após o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) estabelecer uma multa diária de R$ 100 mil caso o candidato do PRTB não concedesse espaço à resposta do psolista. Até esta segunda-feira, 9, o vídeo publicado teve 6,4 milhões de visualizações.

Direito de resposta: em meio a conteúdos de Pablo Marçal (PRTB), vídeo de Guilherme Boulos (PSOL) ganha visibilidade | Reprodução/Instagram
Direito de resposta: em meio a conteúdos de Pablo Marçal (PRTB), vídeo de Guilherme Boulos (PSOL) ganha visibilidade | Reprodução/Instagram

Ainda que dezenas de comentários sejam de apoiadores de Marçal e críticos ao deputado federal, Boulos conquistou sua maior visibilidade digital nesta campanha com o conteúdo. Desde 16 de agosto, início oficial da corrida eleitoral, seus três vídeos mais populares no Instagram haviam registrado:

1) 5 milhões de visualizações, tomando café com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu apoiador;

2) 2,5 milhões de visualizações, repercutindo revelação do jornal Folha de S. Paulo de que Marçal baseou a associação entre o psolista e o uso de drogas em um processo existente contra outro Guilherme Boulos;

3) 2,3 milhões de visualizações, afirmando que as acusações do ex-coach eram falsas e negando consumo de substâncias ilícitas.

Judicialização como alternativa

Desde que Marçal ganhou espaço na disputa eleitoral alavancado por estratégias agressivas nas redes sociais, seus oponentes têm usado táticas diferentes para conter o avanço do influenciador em seu ‘habitat natural’.

Além de explorar denúncias e críticas ao candidato do PRTB em conteúdos próprios, as campanhas identificaram irregularidades cometidas por ele no uso das plataformas como instrumento eleitoral e levaram as informações à Justiça Eleitoral.

Em um dos casos, a remuneração de usuários pela produção e publicação de “cortes” rendeu uma suspensão de perfis nas plataformas a Marçal — em duas semanas, uma nova conta criada por ele já chegou a 4,4 milhões de seguidores no Instagram, ultrapassando as de seus concorrentes à prefeitura na rede.