O candidato Guilherme Boulos (PSOL), que disputa o segundo turno das eleições municipais de 2024 pela Prefeitura de São Paulo, realizou um “debate com a população” na manhã desta sexta-feira, 18, em frente ao Teatro Municipal, no Centro da capital paulista, para responder perguntas dos paulistanos.

Quando questionado por Júlio Henrique Lima e Silva, de 17 anos, estudante de gastronomia na ETC Santa Efigênia, sobre a especulação imobiliária, o psolista afirmou que pretende criar um sistema de locação social para impedir a “gentrificação” e a “expulsão” de pessoas pobres do Centro de São Paulo.

“Quando a gente fala de levar mais serviços para a periferia e de fazer uma melhoria na região central, tem um risco. Sabe o que é? Melhorando o Centro, os preços subirem, a chamada especulação imobiliária, e isso gera a gentrificação […] que na prática é a expulsão. Expulsar quem é pobre de uma região que valoriza”, comentou o candidato.

Boulos destacou que tem como proposta a criação do programa de “locação social”, alegando que, após a reforma de prédios “abandonados”, os imóveis passariam a pertencer à Prefeitura de São Paulo. “Pega a lista das pessoas que estão em área de risco, vulneráveis, e ela vai ficar lá [em um apartamento]. Ao invés de ela pagar uma prestação, vai pagar o valor da locação a um preço muito baixo, que cabe no bolso dela”, declarou.

De acordo com Boulos, o sistema em que o imóvel não pertence à administração municipal resultaria em uma expulsão, já que a especulação imobiliária iria “para cima” do morador. O psolista ressaltou que seu mecanismo de locação impediria que um indivíduo vendesse a moradia social. “Se ela sair de lá, aquele apartamento vai ser repassado pela Prefeitura para outra pessoa que precisa.”

O candidato à Prefeitura de São Paulo ainda aproveitou para ressaltar que sabe da importância da moradia social por ter passado anos em movimentos sociais, apesar de ser atacado pelos adversários políticos em decorrência disso. “Passei 20 anos em um movimento social que luta contra a especulação imobiliária e tenho muito orgulho disso. […] No meu passado eu não estava roubando dinheiro de creche, não tenho boletim de ocorrência por agressão a mulher, não tenho nenhuma coisa suspeita”, pontuou o político, em referência ao registro policial feito pela esposa do prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB).