Botafogo enfrenta ‘melhor PSG da história’ entre sonho de vencer e a missão de evitar desastre

Posicionado no ‘grupo da morte’ do Mundial de Clubes, o Botafogo é o time brasileiro teoricamente com a maior dificuldade para avançar às oitavas de final. Depois da estreia com vitória sobre o Seattle Sounders, o alvinegro carioca vai experimentar o auge do problema diante do Paris Saint-Germain, atual campeão da Liga dos Campeões e cuja versão atual é tida como a melhor da história do clube francês. A bola rola às 22h (horário de Brasília), no Rose Bowl, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Apesar de o Botafogo ser o atual campeão brasileiro e da Libertadores, e gozar de investimento financeiro que o permite disputar competições mirando a busca por títulos, não é exagero dizer que vencer o PSG seria um sonho seria um ótimo resultado – vencer, então, seria um sonho. Em um cenário com igualdade no placar, os cariocas somariam quatro pontos, mantêm a segunda posição do Grupo B e decidiram a vaga no mata-mata no sol californiano do meio-dia contra o forte Atlético de Madrid, goleado por 4 a 0 pelos franceses na primeira rodada.

Um placar elástico não seria surpresa, mas é preciso evitar um desastre para não prejudicar o saldo de gols, principal critério de desempate. Se o Botafogo for derrotado pelo placar mínimo, tem de torcer para o Atlético empatar ou vencer o Seattle por no máximo quatro gols de diferença para enfrentar os espanhóis em igualdade no saldo.

A maioria dos torcedores brasileiros vão lembrar do PSG de Messi, Neymar e Mbappé, que até poucas temporadas atrás se demonstrou incapaz de ser superior em confrontos com gigantes europeus. A saída do trio coincidiu com o início de uma nova era, sem grandes estrelas, mas nem por isso com menos investimento. Desde 2011 o time de Paris pertence ao Qatar Sports Investments (QSI), fundo ligado ao Governo do Catar, cujo aporte na equipe já ultrapassou os 2 bilhões de euros neste período.

O time do PSG é comandado desde julho de 2023 pelo técnico espanhol Luis Enrique, marcado pelo trabalho com o trio Messi, Suárez e Neymar no Barcelona. Ele é o responsável por transformar a equipe em uma máquina de jogar futebol. O time se destaca pela alta intensidade, marcação por pressão, toques rápidos e variação de posição. O trabalho foi coroado com o título da Champions, com direito a um 5 a 0 sobre a Inter de Milão na final, além do bi no Campeonato Francês e Copa da França.

Diante do adversário, toda preocupação para o Botafogo é pouca. Especialmente depois do desempenho aquém do esperado na vitória por 2 a 1 sobre o Seattle Sounders. “Vamos trabalhar em cima disso à espera de um adversário muito difícil, onde vamos ter que ser muito melhores, muito mais competentes e fazer praticamente uma noite perfeita para defrontar o Paris Saint-Germain”, disse o técnico Renato Paiva.

A expectativa é de que Paiva faça pelo menos uma alteração na equipe para o jogo com o PSG. O experiente Allan deve começar entre os 11 iniciais, na vaga de Mastriani, e o Botafogo deve ir a campo com uma trinca de volantes para tentar neutralizar o forte meio-campo parisiense.

Pelo lado parisiense, Luis Enrique não deve à disposição o atacante Ousmane Dembele, um dos principais jogadores da equipe. Ele ainda se recupera de lesão e o português Gonçalo Ramos é quem vai ficar responsável pelo comando de ataque. Para o brasileiro Marquinhos, capitão do time francês, o PSG deve manter a ‘fome’ de ganhar títulos importantes. “Temos que estar lutando para buscar essa emoção para nós, para nossa família e a paixão”, disse o zagueiro.

FICHA TÉCNICA:

PARIS SAINT-GERMAIN X BOTAFOGO

PARIS SAINT-GERMAIN – Donnarumma; Hakimi, Marquinhos, Pacho e Nuno Mendes; Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz; Doué, Kvaratskhelia e Gonçalo Ramos. Técnico: Luis Enrique.

BOTAFOGO – John; Vitinho, Jair, Alexander Barboza e Alex Telles; Gregore, Marlon Freitas e Allan; Artur, Savarino e Igor Jesus. Técnico: Renato Paiva.

ÁRBITRO – Drew Fischer (Fifa/Canadá).

HORÁRIO – 22h (de Brasília).

LOCAL – Rose Bowl, em Los Angeles (EUA).