As últimas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, divulgadas nesta semana, não apontam alterações relevantes na corrida eleitoral, e tendem a confirmar a realização de um segundo turno a ser disputado entre Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e Lula da Silva, o meliante de São Bernardo.

Com o crescimento das candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet, acompanhado da ligeira queda do chefão petista, iniciada há alguns dias, concomitantemente com a pequena elevação na popularidade do amigão do Queiroz, a soma dos candidatos, à partir do segundo lugar, ultrapassa os 50% dos votos válidos mais um.

Como sempre diz, e repete!, o excelente professor da Universidade Federal de Minas Gerais e fundador do não menos excelente instituto Quaest, Felipe Nunes, “pesquisa não é prognóstico, é diagnóstico”. Assim, prever o futuro é tarefa ou para picaretas ou para a Mãe Diná, que, no caso, dá no mesmo, se é que me entendem.

O jargão político reza que “segundo turno é uma nova eleição”. No caso do provável embate entre o líder do mensalão e o patriarca do clã das rachadinhas, diante da polarização extrema reinante no País, ainda que a balança, hoje, tenda para Lula, os ventos podem mudar de rumo rapidamente e soprar em direção oposta.

Na guerra pelo telhado de vidro maior e mais frágil, o devoto da cloroquina parece ser mais resiliente. O sentimento antipetista que dominou as eleições de 2018 não desapareceu, apenas vem sendo, digamos, abafado pela repulsa por um dos mais deletérios, senão o maior, chefes de Estado do ocidente democrático, em toda a história.

Sabedor do que fez no verão passado, o líder da quadrilha do petrolão – segundo o MPF (Ministério Público Federal) – roga aos céus para que sua eleição se dê ainda no primeiro turno, a fim de eliminar qualquer possibilidade de virada. Se prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém, a um ex-presidiário, então, soa como mantra.

Lula e o PT reiniciaram uma ofensiva pelo chamado “voto útil”, que revela todo o medo que o ex-tudo (ex-condenado, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro) tem de um embate direto com o maridão da Micheque. O diabo, porém, para o pai do Ronaldinho dos Negócios, é que precisa, para tanto, combinar com os russos, no caso, com os eleitores de Ciro e Tebet.

Se tudo correr bem para ele, estes eleitores aceitarão ser governados, mais uma vez, pelos cleptocratas do PT, por considerarem o “mito” um mal maior. Particularmente, acho muito difícil que isso ocorra, mas como não irei votar nem em uma peste nem em outra, quero mais é que ambos se explodam enquanto, no segundo turno, se houver, eu assisto à Netflix.