LONDRES, 6 JUN (ANSA) – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que teve a credibilidade abalada por ter participado de confraternizações com sua equipe durante períodos de lockdown no país, sobreviveu nesta segunda-feira (6) a uma moção de desconfiança apresentada por membros do Partido Conservador.
A votação foi convocada após 15% dos deputados conservadores – 54 de um total de 359 – terem questionado a liderança de Johnson, que chefia o governo britânico desde julho de 2019.
Johnson recebeu 211 votos favoráveis e 148 contrários e permanecerá em seu cargo. Ele não poderá enfrentar uma nova moção pelos próximos 12 meses.
Em termos percentuais, o premiê teve 58,8% de apoio do Partido Conservador, com 41,2% da bancada votando contra sua liderança.
Esse resultado é inferior aos 63% recebidos por Theresa May durante seu desafio de liderança em 2018.
O resultado foi anunciado por Graham Brady, presidente do Comitê de 1922, órgão interno encarregado de supervisionar o confronto na casa conservadora. Apesar da vitória, especialistas alertam que Johnson sai enfraquecido da votação.
Para o líder trabalhista Keir Starmer, o partido conservador está “dividido” e “sem nenhum plano para resolver os problemas” que o país está enfrentando.
No entanto, de acordo com o governo, o premiê considera que a votação é uma oportunidade de colocar fim ao chamado “Partygate”, escândalo que derrubou sua popularidade nos últimos meses.
Entre 2020 e 2021, membros do governo britânico, incluindo o próprio primeiro-ministro, participaram de confraternizações durante períodos de lockdown, violando as restrições em vigor para conter a pandemia de Covid-19. Johnson chegou inclusive a ser multado pela polícia de Londres. (ANSA)