O primeiro-ministro Boris Johnson e seu ministro da Saúde, Matt Hancock, testaram positivo para o novo coronavírus nesta sexta-feira (27), e, embora ambos afirmem ter “sintomas leves”, cresce o temor de que a doença se espalhe pelo Executivo britânico.

“Agora estou em quarentena, mas continuarei liderando a resposta do governo por videoconferências enquanto combatemos este vírus, juntos o venceremos”, afirmou Johnson, de 55 anos, no Twitter em um vídeo em que aparece com aspecto de gripe.

“Felizmente meus sintomas são leves e trabalho de casa e me mantenho confinado”, afirmou Hancock, que estava previsto para dar uma coletiva de imprensa diária do executivo sobre a crise, nesta sexta-feira.

Em 10 de março, uma de suas colaboradoras mais próximas, a secretária de Estado de Saúde Pública Nadine Dorries, foi a primeira figura política britânica diagnosticada com COVID-19.

A notícia gerou preocupação porque Dorries havia estado em contato com centenas de pessoas nos dias anteriores e até compareceu a uma recepção em Downing Street, embora o porta-voz de Johnson tenha dito que ela não havia estado em contato direto com ele.

– Larry diz estar bem –

O primeiro-ministro apresentou sintomas leves na quinta-feira e fez o teste seguindo o conselho do consultor médico do executivo, Chris Whitty, informou um porta-voz de Downing Street.

O teste foi feito em sua residência oficial.

A noiva de Johnson, Carrie Symonds, de 32 anos, está esperando um bebê, segundo afirmou o casal no final de fevereiro quando anunciaram que se casariam em breve.

No entanto, de acordo com o jornalista político Steven Swinford do The Times, Symonds não está atualmente em Downing Street, onde o primeiro-ministro permanecerá isolado por sete dias, durante os quais serão deixados refeições e documentos na porta de seu apartamento.

A notícia também foi divulgada na conta do Twitter de Larry the Cat, o gato de Downing Street, que rapidamente agradeceu “todas as mensagens perguntando se estou bem”.

“Por favor contatem seus familiares, amigos e colegas e verifiquem também como eles estão”, acrescentou.

– Charles da Inglaterra e Albert de Mônaco –

Em sua mensagem, Johnson agradeceu aos trabalhadores do serviço público de saúde britânico NHS por seus esforços na luta contra a propagação da COVID-19.

Um total de 11.658 casos foram confirmados até agora no Reino Unido, que registrava na quarta-feira 578 mortes.

No início desta semana, o príncipe Charles, herdeiro ao trono britânico, de 71 anos, também testou positivo para o vírus. Está confinado em seu castelo de Balmoral, na Escócia, e na quinta-feira foi visto aplaudindo de sua porta a equipe de saúde, junto aos britânicos.

Em outros países, foram também infectados o príncipe Albert, chefe de Estado de Mônaco, e as esposas do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, e do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

Também o negociador chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, e seu homólogo britânico, David Frost, anunciaram ter contraído a doença.

A chanceler alemã, Angela Merkel, se colocou em quarentena no domingo após estar em contato com um médico infectado. Um primeiro teste deu resultado negativo na segunda-feira, mas outros testes serão feitos.