Depois de se envolver em polêmica após realizar uma festa durante lockdown na pandemia, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, levantou a bola de outro assunto delicado nesta quarta-feira (6). O parlamentar deu sua opinião sobre a participação de atletas transgêneros em modalidades femininas.

A declaração do primeiro-ministro ocorre logo após a ciclista transgênero Emily Bridges, de 21 anos, ser impedida de entrar no Campeonato Nacional Britânico de Ciclismo no último fim de semana.

“Não acho que homens biológicos devam competir em eventos femininos. Pode ser uma opinião controversa, mas faz sentido para mim “, disse Johnson em entrevista coletiva.

“Também acredito que as mulheres devem ter espaços, seja em hospitais, presídios ou vestiários, dedicados exclusivamente a elas. Se isso me colocar em conflito com alguém, teremos que trabalhar nisso. Isso não quer dizer que eu não apoie pessoas que querem mudar de gênero. É vital que demos a essas pessoas o maior amor e apoio”, completou o primeiro-ministro.

Entenda o caso

A Federação Britânica de Ciclismo informou a ciclista que ela não poderia competir na competição nacional. A justificativa foi de que a competição serve para de ranking para outros torneios internacionais. Dessa forma, como o processo de permissão de Emily em disputas fora da Inglaterra ainda está em andamento, a entidade decidiu barrar Bridges.

ReproduçãoEmily Bridges, ciclista transgênero britânica (Crédito:Reprodução)

A federação informou ainda que a União Ciclista Internacional (UCI), órgão máximo da modalidade, afirmou que “com base nas suas orientações atuais, Bridges não está autorizada a participar” do campeonato.

Ciclista de pista, Emily criticou a medida e disse que tem sido vítima da mídia e da UCI. A atleta começou há um ano o processo de terapia hormonal para poder participar das competições femininas, além de ficar sob a supervisão das entidades competentes nos últimos seis meses.