O primeiro-ministro Boris Johnson apresenta neste domingo (9) seu plano de desconfinamento progressivo ao Reino Unido, segundo país do mundo com mais mortes por coronavírus, advertindo contra o risco de seguir “muito rápido, perder o controle e tropeçar”.

Duramente criticado por seu relaxamento inicial e por decidir o confinamento mais tarde que seus grandes vizinhos europeus Johnson, que chegou a ser internado na UTI depois ser infectado pela COVID-19, se tornou um ferrenho defensor da prudência e da paciência.

“Você tem muito poucas opções na subida, mas é na descida que você tem que assegurar que não corre muito rápido, perde o controle e tropeça”, disse o chefe de Governo ao jornal Sun On Sunday antes da transmissão de uma mensagem gravada neste domingo às 19h00 (15h00 de Brasília) de uma mensagem gravada na qual detalhará o plano.

O Reino Unido é o país europeu com o maior número de mortes por COVID-19, com mais de 31.000 vítimas fatais, e o segundo do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, cuja população (327 milhões) é quase cinco vezes superior.

Depois de hesitar, Johnson decretou em 23 de março um confinamento que poderia ser revisado a cada três semanas que já foi prolongado duas vezes, a princípio até o fim de maio.

Agora, o líder conservador deseja começar a suspender pequenas restrições a partir de segunda-feira.

Atualmente os britânicos podem sair de casa apenas para trabalhar se for imprescindível, para procurar o médico, para fazer compras ou exercícios uma vez ao dia.

De acordo com a imprensa, entre as primeiras medidas de desescalada estaria a permissão para mais exercícios, tomar sol ou organizar piqueniques nos parques, desde que as pessoas respeitem a distância de dois metros.

Lotados desde o início do confinamento, os grandes parques londrinos já registraram neste fim de semana uma multiplicação das atividades ainda não autorizadas.

Diante das graves consequências econômicas das sete semanas de confinamento, o governo estuda permitir o retorno aos locais de trabalho das pessoas que não podem optar pelo ‘home offiece’.

Mas o governo estuda a possibilidade de estabelecer uma quarentena de 14 dias para todas as pessoas que entram no país, exceto as procedentes da Irlanda, e aumentar as multas para quem infringir as regras.

A maioria das medidas, no entanto, será aplicada apenas na Inglaterra, pois as nações autônomas da Escócia, Gales e Irlanda do Norte determinam por conta própria sua flexibilização.

Um sistema de alerta com cinco níveis e um código de cores do vermelho ao verde, similar ao que existe para a ameaça terrorista, informará ao país sobre a evolução da pandemia para permitir determinar onde e como se flexibiliza o confinamento.

“No momento, acreditamos que o país está no nível quatro de uma escala até cinco”, afirmou o ministro do Governo Local e da Habitação, Robert Jenrick.

“Nossa aspiração é reduzir o mais rápido possível para três”, disse.