Um adolescente de 14 anos identificado como Davi Moreira ficou sete dias internado e morreu na quarta-feira, 12, por desenvolver uma infecção generalizada após amassar uma borboleta, misturar o inseto com água e injetar a mistura na própria perna em Planalto (BA) – cidade localizada a cerca de 470 quilômetros de Salvador (BA).
+ Garoto de 14 anos morre após esmagar borboleta e injetar líquido no corpo
+ Contagem de borboletas monarcas nos EUA se aproxima do mínimo em 30 anos
Apesar de algumas borboletas carregarem substâncias tóxicas, o professor e doutor em entomologia – estudo dos insetos – Neliton Silva, da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), comenta que a possibilidade de o contato com uma toxina do animal ter causado a morte é remota.
“Existem borboletas e mariposas tóxicas, mas a toxicidade acontece principalmente nas lagartas”, explica o professor da UFAM, acrescentando que é mais provável que o adolescente tenha se contaminado com bactérias ou outros microrganismos oportunistas presentes na solução feita pelo jovem, que era um líquido não estéril, ou seja, não adequado para o corpo.
Uma das estratégias de defesa de borboletas e mariposas é carregar substâncias tóxicas que foram ingeridas de plantas enquanto ainda eram lagartas para afetar o organismo dos predadores. “Não há registro de ingestão acidental que tenha causado uma morte”, explica Neliton Silva. O professor aponta que seria necessário consumir uma “quantidade robusta” de borboletas para que as toxinas tivessem um efeito letal.
Relembre o caso
De acordo as autoridades, o pai do jovem relatou que percebeu o filho mancando e perguntou ao adolescente o que havia acontecido. Davi teria afirmado que se machucou enquanto estava brincando, mas os sintomas pioraram e o jovem foi levado ao Hospital Municipal de Planalto depois de vomitar.
Após o quadro de Davi evoluir negativamente, o adolescente foi levado a uma unidade de saúde em Vitória da Conquista (BA), onde contou a uma equipe de médicos que comprou uma seringa em uma farmácia e injetou na perna uma substância feita com os restos de uma borboleta amassada misturados com água.
Segundo o pai, a seringa foi encontrada embaixo do travesseiro do adolescente enquanto arrumava o quarto do filho. O jovem não revelou o motivo que o levou a injetar a substância na própria perna. A Polícia Civil da Bahia aguarda o laudo da necropsia para determinar a causa da morte de Davi.
*Com informações do Estadão
**Estagiário sob supervisão