Bons exemplos pelo mundo
Instituições estrangeiras de ponta apostam em espaços físicos que valorizam a convivência, formação completa de professores e currículo diversificado. O que as escolas brasileiras podem aprender com essas experiências?

TRANSFORMAÇÃO Escolas da Finlândia passam por reforma no sistema educacional: a mudança propõe mais interação e flexibilidade no ensino
Enquanto a maior parte das escolas do mundo possui modelos tradicionais de ensino, calcados somente em carteiras, lousas e livros, algumas instituições conseguiram ultrapassar essas barreiras e consolidar uma abordagem revolucionária na forma de educar. Nas formas convencionais de aprendizado, crianças e adolescentes aprendem o conteúdo por intermédio de um professor e são colocados à prova por meio de testes e trabalhos.
Ao longo da vida escolar, esse padrão se repete até que o aluno chegue à universidade. Pesquisas recentes, porém, mostram que esse tipo de metodologia não desperta os pontos fortes e as principais habilidades de cada estudante. O grande problema apontado nos métodos de escolas tradicionais é que eles limitam a criatividade e não suprem a demanda atual por indivíduos com características inovadoras.
Há alguns anos, as instituições de ensino da Finlândia lideram o ranking do Pisa, a mais abrangente avaliação internacional de educação, realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Mudanças importantes estão por trás dessa conquista: o currículo amplo, que inclui ensino de música, arte e línguas estrangeiras, a formação completa de professores e, nos últimos anos, a adaptação da arquitetura dos edifícios em agradáveis espaços de convivência.
As escolas incentivam o pensamento crítico, o senso de responsabilidade,
a flexibilidade no ensino e a interação saudável nas redes sociais
Inovação
Referência em educação, o país busca inovar e adaptar seus espaços de ensino constantemente. Uma das apostas recentes é o ensino baseado em projetos. Os temas serão trabalhados de forma multidisciplinar pelos alunos. Isso porque, na última década, a era digital mudou completamente a forma de compartilhar informações. O espaço físico das salas de aula também se tornou obsoleto na Finlândia.
Por isso, a maioria delas passa por uma reforma de estrutura. Conhecido como “plano aberto”, o modelo prioriza a flexibilidade do ensino. “A proposta é ter espaços multimodais que se comuniquem entre si, com paredes transparentes e divisórias móveis”, afirma a Agência Nacional de Educação da Finlândia. “Não há divisão clara entre corredores e salas de aula.”
A reforma tem como objetivo fazer com que as escolas incentivem os jovens na busca pelas responsabilidades no aprendizado na auto-regulamentação. Liberdade, reforços positivos e ausência de hierarquias fixas também fazem parte do sistema educativo da Holanda. Na escola primária “Moinho”, localizada na cidade de Nijmegen, as crianças escolhem como querem aprender. “Incentivamos o pensamento crítico, mas o mais importante é o trabalho em conjunto e isso significa falar sobre responsabilidades”, explica o diretor Roger Visser. “Sou o responsável pela escola, mas os alunos também têm o papel de comunicar o que consideram importante.”
A interação nas redes sociais é outro ponto sensível em escolas-referências. O grande diferencial em relação a países em desenvolvimento como o Brasil é que elas não adotam uma perspectiva proibicionista. O colégio norueguês Sandvika High School é um dos mais reconhecidos pelas iniciativas inovadoras em educação, principalmente no que se refere às ferramentas digitais.
Próxima de Oslo, a escola pública utiliza tecnologias para ajudar na aprendizagem e já atingiu um nível elevado no ensino – até mesmo em comparação a outras instituições do país. “É preciso mostrar aos alunos a importância de se conectar, de ir além das paredes das salas”, diz Ann Michaelsen, coordenadora educacional.
No dia a dia, os alunos são incentivados a verificar fontes ao escrever, buscar dados sobre discussões em sala e, sobretudo, desenvolver a interação e o comportamento virtual. No ano passado, Ann e seus 27 alunos escreveram o livro “Alunos Conectados: um passo a passo para criar uma sala de aula global”, em tradução livre para o português. A lição dessas instituições vai além da inovação. Está em descobrir nas ferramentas já existentes novas formas de participação, interação e aprendizado.
“É PRECISO MOSTRAR AOS ALUNOS A IMPORTÂNCIA DE
SE CONECTAR, DE IR ALÉM DAS PAREDES DA SALA”
Ann Michaelsen, coordenadora do colégio Sandvika High School
O que elas têm a ensinar
Ensino baseado em projeto
A divisão tradicional de matérias é substituída por temas multidisciplinares em que os alunos têm autonomia sobre o processo de aprendizado
Arquitetura plano aberto
As convencionais salas de aula se transformam em espaços multimodais, sem separação entre os cômodos, com portas e janelas transparentes
Plano de segurança
Mesmo em países desenvolvidos, as instituições criam planos para análise de riscos, incluindo rotas de fuga e simulações em caso de ataques
Alfabetização integrada
Países como o Canadá investiram em alfabetização e bibliotecas. A igualdade de acesso para filhos de imigrantes também é prioridade
Suporte ao comportamento positivo
Método americano que oferece reforço contínuo dos pontos fortes dos alunos. Dificuldades não são deixadas de lado
Tecnologia aliada
Na Noruega, há um forte incentivo ao uso das redes sociais para complementar o ensino. Esses países não adotam políticas proibitivas
Ênfase nos professores
O salário não é a única forma de estimular profissionais. A Finlândia, por exemplo, investe em programas de capacitação e bônus
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