Um bombardeio israelense destruiu, nesta segunda-feira (1º), o anexo da embaixada do Irã em Damasco e matou pelo menos oito pessoas, entre elas um comandante do Exército dos Guardiões da Revolução islâmica, informaram as autoridades sírias e um meio de comunicação iraniano.

Após o ataque, a República Islâmica prometeu responder de forma “decisiva”, segundo o embaixador iraniano na Síria, Hossein Akbari, que saiu ileso.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido que conta com uma ampla rede de informantes na Síria, informou que pelo menos oito pessoas morreram no bombardeio, entre elas vários membros da Guarda Revolucionária.

Akbari ofereceu um balanço inferior e declarou à televisão estatal iraniana que “pelo menos cinco pessoas” tinham morrido. Também detalhou que o ataque foi realizado com “aviões de combate F-35 e seis mísseis”.

Israel não comentou o caso. Desde o início da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro, suas forças têm intensificado os ataques contra grupos vinculados ao movimento palestino e outros apoiados pelo Irã.

Jornalistas da AFP confirmaram que o edifício anexo da embaixada, situada em um bairro rico de Damasco, ficou destruído no ataque.

No local, os serviços de emergência buscavam a vítimas sob os escombros enquanto as sirenes soavam.

As forças de segurança isolaram o perímetro diante de uma multidão de curiosos e perto de veículos carbonizados pelo ataque.

– ‘Resposta séria’ –

O ministro sírio das Relações Exteriores, Faisal Mekdad, “condenou energicamente este atroz ataque terrorista”, que causou muitos mortos e feridos, segundo o Ministério da Defesa sírio.

A televisão estatal iraniana informou que, entre os mortos, estava o general de brigada Mohammad Reza Zahedi, de 63 anos, um dos altos comandantes da Força Quds, o braço de operações no exterior do Exército de Guardiões da Revolução.

Por sua vez, o OSDH indicou que havia “confirmado a morte de um líder de alto nível que serviu como líder da Força Quds na Síria e no Líbano, dois conselheiros iranianos, e cinco membros dos Guardiões da Revolução” do Irã.

Anteriormente em Damasco, a agência oficial de notícias síria SANA havia informado que os sistemas de defesa antiaérea sírios “atacaram alvos inimigos no entorno de Damasco”.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, atribuiu o ataque a Israel e pediu uma “resposta séria da comunidade internacional”, segundo um comunicado do ministério.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “perdeu completamente o equilíbrio mental devido aos sucessivos fracassos do regime israelense em Gaza e à incapacidade de conquistar os ambiciosos objetivos dos sionistas”.

Já o embaixador iraniano Akbari afirmou que “o ataque israelense contra o consulado iraniano mostra a realidade da entidade sionista, que não reconhece nenhuma lei internacional e faz tudo que é desumano para atingir seus objetivos”.

O bombardeio desta segunda ocorreu três dias após o OSDH denunciar ataques israelenses na Síria que mataram 53 pessoas, entre elas, 38 soldados sírios e sete combatentes do Hezbollah.

Este movimento libanês é aliado do regime sírio de Bashar al-Assad, do movimento islamista palestino Hamas e do Irã, todos inimigos de Israel.

Foi a maior número de baixas sofrido pelo Exército sírio em ataques israelenses desde que começou a guerra entre Israel e Hamas em Gaza, indicou a ONG.

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