O escritório da AFP na Faixa de Gaza, um território bombardeado incessantemente pelo Exército israelense, ficou seriamente danificado por um ataque na quinta-feira, constatou um colaborador da agência nesta sexta-feira (3).

A AFP é a única das três grandes agências de notícias internacionais que dispõe de um “live video” que transmite ao vivo da cidade de Gaza. Apesar dos danos do impacto, a comunicação não foi interrompida.

Segundo o colaborador da AFP, que conseguiu se aproximar do local na manhã dessa sexta, um projétil explosivo entrou de leste a oeste no escritório da parte técnica, situado no último andar de um edifício de 11 andares. O disparo destruiu a parede oposta à janela e causou grandes danos a duas salas adjacentes.

A onda expansiva da explosão destruiu os depósitos de água situados no terraço do prédio, localizado na parte oeste do bairro de Rimal, perto do porto.

Um porta-voz do Exército israelense, contactado pela AFP, indicou que seus serviços haviam “verificado [a informação] diversas vezes” e que “não houve bombardeio [do Exército israelense] no edifício” em questão.

“A AFP condena com a maior firmeza esse bombardeio contra seus escritórios na cidade de Gaza”, disse o presidente da AFP, Fabrice Fries. Sua localização “era conhecida por todos e foi lembrada várias vezes nesses últimos dias, precisamente para evitar um ataque como esse e permitir que possamos seguir cobrindo com imagens no terreno”, acrescentou.

“As consequências de um disparo como esse teriam sido devastadoras se a equipe da AFP não tivesse sido retirada da cidade”, advertiu.

Segundo as imagens ao vivo da câmera, que transmite 24 horas ininterruptamente, o bombardeio ocorreu na quinta-feira, poucos minutos antes do meio-dia (7h pelo horário de Brasília).

Nenhum dos oito membros entre funcionários e colaboradores permanentes da AFP radicados habitualmente em Gaza estava no local no momento do impacto. Todos foram enviados para o sul da Faixa de Gaza em 13 de outubro, depois que o Exército israelense pediu à população que deixasse o norte desse território, sob controle do movimento islamista palestino Hamas desde 2007.

A guerra entre Israel e Hamas eclodiu após o ataque sem precedentes do grupo islamista em solo israelense em 7 de outubro, no qual morreram 1.400 pessoas, a maioria civis.

Desde então, Israel bombardeia massivamente o território palestino para “aniquilar” o Hamas. Mais de 9.000 pessoas, entre elas 3.800 crianças, morreram em Gaza, segundo o grupo islamista.

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