Meses atrás, em áudio vazado e divulgado pela imprensa, Fabrício Queiroz, por telefone, manifestava grande preocupação a um interlocutor não identificado.

Numa linguagem comum ao bolsonarismo, compatível àquela que vimos na reunião de bordel, apelidada de reunião ministerial, em abril passado, o ex-assessor barra suposto operador de Flávio Bolsonaro mandou ver:

“O MP está com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente, e não vi ninguém agir”

Hoje, a Polícia Civil paulista, cumprindo ordem da Justiça fluminense, a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro, respondeu à “pergunta de um milhão de dólares”: cadê o Queiroz?

Às seis da manhã (como esse pessoal é pontual, né?), num frio dos diabos, o ex-faz-de-tudo-um-pouco da família presidencial foi acordado num cafofo em Atibaia, pertinho, pertinho do cafofo de outro notório enrolado com a Justiça. Impressionante: até na escolha de sítios o lulismo e bolsonarismo vêm se aproximando.

Com uma touquinha vermelha cobrindo a cachola (só quem é careca conhece os efeitos do frio sobre a calva), Queiroz não recebeu beijinhos, abraços e uma xícara quentinha de café fresquinho. Ouviu apenas um “bom dia” e o protocolar discurso de prisão. A sorte da bolsolândia, e a do Brasil, pois, está lançada.

Os indícios sobre um esquema de rachadinha, que ocorria em torno e com a participação do clã Bolsonaro, são tão claros e evidentes (lembrando o cheque de 40 mil reais para a primeira-dama), que, se o provável operador abrir o bico, será muito difícil não caminharmos para mais um drama político-criminal-presidencial.

Pode ser que Fabrício Queiroz não diga nada, ou de fato não tenha nada a acrescentar. Todavia, como “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”, é bom a turma que deve e teme correr para a farmácia mais próxima e comprar um kit com preservativo e lubrificante. Afinal, a “P” é do tamanho de um cometa. E se “quem avisa amigo é”, avisados já foram todos.