Talvez o remédio tenha afinal outro nome: BidenVac; e que a derrota da impunidade e das mentiras na maior democracia do mundo não seja apenas uma esperança — seja também uma vacina.

Não que Joe Biden venha a ser melhor para a economia do mundo, ou traga mais cooperação à Latam ou mesmo ao Brasil — provavelmente isso até ficará igual — mas, a derrota de Trump promete uma mudança para o mundo e um aviso para os políticos que usam as notícias falsas e a ignorância do povo como arma a seu favor. O próximo palco da mudança é o Brasil.

Por isso, no aguardo que a esperança se sente de novo na cadeira do poder, podemos acreditar com alegria e alívio que outra pandemia — do vírus que na Casa Branca que usa as mentiras e o ódio como foco de infeção — possa estar terminada.

Esta “cura” deve ser olhada com muita atenção, especialmente pelos políticos brasileiros, que, na quebrada de Trump, imitaram o estilo de um chefe que agora se mostra como verdadeiramente é.

Um bastardo egocêntrico que apenas pensa em si mesmo, não cumprindo nem o mais elementar princípio básico do sistema democrático — respeitar o resultado das eleições e a vontade da maioria; e isso felizmente para o Brasil, Bolsonaro nunca fez!

Esta nova realidade política mundial coloca de novo o Brasil no centro das decisões do futuro. Mesmo tendo exagerado no apoio a Trump — mas assim é a política eleitoral — Bolsonaro tem aqui uma oportunidade de ouro para, finalmente, se mostrar um estadista e um líder de nível internacional.

Depois da derrota de Trump, vendo o jeito absurdo e surreal como ele se está recusando a abandonar o poder, o presidente Bolsonaro tem apenas duas opções.

A boa: conquistando o palco mundial, se mostrando como o Novo Dirigente que aprende com os erros dando à comunidade internacional um exemplo de sensatez e sabedoria.

A má, convidando outro supremo líder — o da Coreia do Norte, Kim Jong-un — estabelecendo os dois uma nova ONG, clandestina e conventicular, onde, na companhia de outros pequenos ditadores de repúblicas de bananas continuem a não enxergar o significado desta mudança.

A escolha é simples. Continuar a usar a força bruta contra a bondade do povo e a ignorância do povo como alvo de fake news ou tomar uma dose reforçada de BidenVac, que num país onde a oposição não consegue arrumar um líder pode bem se chamar de “Nova BolsoVac.”

Se ele entender, o povo também vai entender.