Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, não se importa quando é chamado de ogro, ditador, miliciano, genocida, nazista, fascista etc. Primeiro porque, em grande parte, ele é e se orgulha de ser. Considera virtude, qualidade. Segundo porque sabe que lhe rende popularidade e votos, afinal, sua base eleitoral, nada pequena, é formada por gente assim. É triste, eu sei, mas é a verdade e a nossa realidade.

O que o devoto da cloroquina não suporta – com força! – é ser, digamos, sacaneado, zoado por memes e ‘ataques’ infantis, dignos de recreio de jardim de infância. Como exemplo posso citar a mim mesmo, que já fui retrucado pelo próprio chefe do clã das rachadinhas e seus pimpolhos, quando ironizei sua obsessão por falas homofóbicas e a auto adjetivação infantil-fantasiosa de ser imbrochável e incomível.

O maníaco do tratamento precoce também não gostou, e reclamou publicamente até, por ter sido chamado de ‘corno’ (uma musiquinha boba) pelos poucos manifestantes que compareceram à Av. Paulista, em São Paulo, dia 12 passado. Ou seja, pode-se chamar o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 14 milhões de reais, comprada por apenas 6 milhões, de tudo, menos do que não importa.

Genocida – por causa dos 600 mil mortos por Covid-19? Pois não. Nazifascista – por sua intolerância às minorias e ao contraditório? Sem problemas. Miliciano – por sua ligação evidente (90 mil reais em cheques na conta da primeira-dama, por exemplo) com os criminosos cariocas? Tudo certo. Mas não toquem nas pretensas virilidade, ‘virgindade’ anal e imortalidade, que o psicopata golpista homicida pira o cabeção.

VÍDEO HUMILHANTE

Circula por todos os lados o vídeo de um jantar do, como diria o coroné Ciro – outro traste embusteiro dos infernos! -, ‘baronato da Faria Lima’, onde o jovem e talentoso André Marinho, filho do velho e ‘talentoso’ Paulo Marinho (nada a ver com Marinhos da Globo), imita o amigão do Queiroz, para deleite dos idosos bilionários, presentes ao jantar em homenagem ao ex-presidente Michel ‘tem de manter isso aí’ Temer.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Com as panças cheias – os bolsos, então, nem se fala -, os poucos cabelos brancos penteados, paletós bem cortados e o bom humor natural de quem cheira e respira os melhores perfumes franceses, o clube do bilhão da terceira idade gargalhou, sem dó nem piedade, das, digamos, ‘qualidades’ intelectuais e morais do ex-capitão expulso do Exército com desonras. Bolsonaro foi o gordinho de óculos do recreio dos vovôs.

Que o maridão da Micheque não se tornou um democrata, ou mesmo um ex-golpista frustrado, apenas porque subscreveu uma carta de submissão explícita ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes (dia 7 era um canalha e dia 9 um jurista e professor), todos sabemos. Bolsonaro arregou, sim, mas não porque quis, mas porque não lhe restou outra alternativa – senão a cadeia – diante do golpe fracassado.

Assim, a lógica nos diz que é questão de tempo até o bilontra golpista voltar à sanha criminosa de rompimento da ordem democrática, e o vídeo em questão pode ser um atalho à abreviar o caminho autocrata do ‘mito’. Afinal, quando fome e vontade de comer se juntam, não há dieta que resista a um banquete de guloseimas hipercalóricas. Principalmente se o faminto é um golpista, digo, glutão incorrigível.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias