O governo de Santa Catarina, comandado por Jorginho Mello (PL), elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um comunicado para a imprensa divulgado nesta sexta-feira, 13. A Secretaria-Geral de Governo (SGG) enviou uma mensagem no WhatsApp, que chamava Bolsonaro de “nosso querido”. O ex-presidente foi ao Estado após fortes chuvas atingirem o Vale do Itajaí.

“Bom dia, pessoal. O nosso querido ex-presidente Bolsonaro vai desembarcar no aeroclube Quero Quero, de Blumenau, hoje, às 10h30”, dizia a mensagem da secretaria. A imagem com o texto foi compartilhada pelo jornalista Carlos Tonet na rede social X (antigo Twitter).

Em nota, o governo de Santa Catarina informou ao Estadão que “a mensagem, de conotação meramente informativa, foi enviada de uma linha telefônica particular”. “Ainda que fosse considerada como publicidade oficial, o ato com o adjetivo ‘querido’ não denota caráter eleitoral”, afirmou a gestão catarinense.

Bolsonaro desembarcou em Blumenau sob gritos de “mito”. Em seguida, sobrevoou áreas atingidas pela chuva no Vale do Itajaí com o aliado, Jorginho Mello. O Estado registrou duas mortes e milhares de desabrigados. O governador chegou a determinar o fechamento das barragens de Ituporanga e de José Boiteux devido ao grande volume das chuvas.

O ex-presidente foi ao Vale do Itajaí dois dias após ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobrevoarem a região. Na quarta-feira, 11, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, assinaram um Pacto pela Governança da Água com o governo de Santa Catarina para melhorar a gestão de recursos hídricos.

Nesta quinta-feira, 12, o governo do Estado informou que a Defesa Civil já registrou 139 municípios com ocorrências relacionadas às fortes chuvas e 111 cidades decretaram situação de emergência.

Bolsonaro diz que não pode ajudar regiões afetadas: ‘Sou ex’

Em entrevista ao SBT, de Santa Catarina, Bolsonaro foi questionado se poderia ajudar na crise. “Eu sou ex. Inclusive, me tiraram o direito de me candidatar. Uma coisa absurda, ‘tá’ certo? Eu faço o possível, nos contatos que eu tenho, mas eu não posso falar nada neste momento, não”, disse o ex-presidente, em referência à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível.

Bolsonaro contou que estava em uma festa em Chapecó e que Jorginho Mello havia lhe convidado para ver as áreas atingidas. O ex-presidente foi informado pela emissora de TV que o governo havia dito que rios de Santa Catarina precisavam de dragagem. “A relatoria do Orçamento do ano que vem será do nosso partido (PL). É o que que posso falar”, afirmou.

Em 2021, quando estava na Presidência, Bolsonaro foi criticado por andar de jet ski em uma praia de Santa Catarina, às vésperas do Réveillon, durante uma crise semelhante na Bahia. Na ocasião, cidades baianas enfrentavam enchentes que haviam causado 24 mortes e deixado 77 mil pessoas desabrigadas.

Em dezembro daquele ano, o presidente decidiu manter as férias e publicou uma fala irônica do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em uma rede social. “Eu acho que se o presidente descobrir a cura do câncer, ele vai ser criticado porque descobriu a cura do câncer”, disse Marinho.