O presidente Jair Bolsonaro (Pl) viajou neste domingo, 18, para Londres, Inglaterra, para comparecer ao funeral da Rainha Elizabeth II, e logo ao chegar, realizou um discurso em tom de campanha para seus apoiadores, da sacada da residência oficial do embaixador do Brasil no Reino Unido, Fred Arruda, onde, em seu discurso, disse que irá vencer no 1ª turno, ignorando os todos os institutos de pesquisa, que o colocam em segundo lugar, atrás do ex-presidente Lula.

Diplomatas estrangeiros relataram que a atitude do presidente “é descabida e não traduz as condolências que o Brasil presta e nem a diplomacia entre as duas nações”. Contudo, nesta segunda-feira 19, após deixar a residência oficial do embaixador, Bolsonaro se irritou com jornalistas brasileiros em Londres e encerrou a entrevista em seguida. Após ser questionado se estava aproveitando o enterro da Rainha Elizabeth II para introduzir um contexto eleitoral de reeleição, o presidente perdeu as estribeiras e brigou com os jornalistas.

“Você acha que eu vim aqui fazer política? Pelo amor de Deus, faça uma pergunta decente’’, afirmou o presidente. Anteriormente, sobre o mesmo tema, Bolsonaro aproveitou a entrevista para criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações do ex-presidente Lula (PT) em decorrência da Operação Lava jato. “O julgamento vai ser pelas suas ações e omissões. Todo aquele que trabalhou contra o próximo ou que se omitiu na hora em que poderia ajudar, segundo as escrituras, para quem acredita, vai ter o seu veredito. E lá não tem, gente – como alguns do Supremo, já vão falar que eu estou criticando o tribunal por descondenar uma pessoa e torná–la elegível“.

Em outro momento, ao se dirigir a apoiadores, voltou a falar sobre o tema eleitoral. “Porque a insistência em querer botar um ladrão na presidência? Alguém acha que é uma maravilha ser presidente? Botar um ladrão, com aquela quadrilha toda, na Presidência?”.

Além de fazer discursos eleitorais em Londres, o presidente aproveitou a viagem para tentar se livrar da imagem de pária internacional há poucos menos de duas semanas da eleição, ao ser visto ao lado de importantes chefes de estado, e principalmente, ao lado do novo Rei da Inglaterra, Charles III, tentando passar uma imagem aos eleitores de que é bem visto no exterior.

No entanto, sabemos que o presidente não é visto com ‘bons olhos’ internacionalmente, pois em sua viagem a Nova York (EUA), nesta terça, 20, para abrir a 77° Assembleia–Geral da ONU, o chefe do executivo não terá nenhuma reunião marcada com algum chefe de estado de um país expressivo, como o presidente dos EUA , Joe Biden, por exemplo. Ele irá discursar minutos antes na ONU, porém não terá nenhuma reunião bilateral marcada com o presidente americano.

Bolsonaro irá se reunir somente com o presidente do Equador, Guillermo Lasso; da Guatemala, Alejandro Giammattei; da Polônia, Andrzej Duda; e o da Sérvia, Aleksandar Vucic. Todos estes representantes de governos de extrema–direita, os quais são insignificantes para o comércio nacional e em termos geopolíticos. Além destes chefes de estado, Bolsonaro deverá se reunir com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que, na verdade, é a única autoridade importante com quem Bolsonaro falará.